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Governantes

Prefeito tem aprovação maior entre os mais escolarizados

Apesar das dificuldades apontadas pela pesquisa de intenção de voto, a maioria dos eleitores cascavelenses aprova a gestão de Edgar Bueno (PDT) no comando da cidade. De acordo com levantamento da Paraná Pesquisas, 57% dos eleitores da cidade estão satisfeitos com o pedetista, Outros 38% desaprovam a gestão do prefeito.

Os maiores apoiadores de Bueno são os eleitores com ensino superior: 65% desse grupo de eleitores aprovam a atual gestão. Entre os eleitores com ensino médio, entretanto, o prefeito não vai tão bem. Apenas 52% da população com esse nível de instrução aprova a atual gestão, enquanto outros 44% desaprovam.

Os eleitores cascavelenses também aprovam o governador Beto Richa (PSDB) e a presidente Dilma Rousseff (PT). O tucano conta com a aprovação de 77% da população, enquanto a petista é apoiada por 66% do eleitorado. Em 2010, o governador recebeu 53% dos votos em Cascavel. Já a presidente ficou em segundo lugar no segundo turno das eleições, com 47% dos votos.

A boa avaliação de Richa na cidade reflete no bom desempenho do governador como cabo eleitoral na cidade. Para 48% dos eleitores cascavelenses, o apoio do tucano aumentaria seu desejo por votar em um determinado candidato, enquanto 12% acreditam que esse apoio seria negativo.

A ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT) e o senador Alvaro Dias (PSDB) também aparecem com potencial de transferência de votos. A petista influenciaria positivamente 44% dos eleitores, e o tucano, 43%. A rejeição fica, respectivamente, em 17% e 21%.

O atual prefeito de Cascavel, Edgar Bueno (PDT), deve encontrar dificuldades para se reeleger. Em sondagem realizada pelo instituto Paraná Pesquisas para a Gazeta do Povo, o pedetista está na frente em todos os cenários. Entretanto, caso haja um segundo turno, o deputado estadual Leonaldo Paranhos (PSC) aparece empatado tecnicamente com o prefeito, com uma vantagem de 2%. A margem de erro é de 4%, para mais ou para menos.

A disputa em Cascavel passa, necessariamente, pelo número de eleitores que a cidade terá em 2012. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de novembro de 2011, o município tem 195 mil eleitores. Entretanto, caso a cidade atinja a marca dos 200 mil eleitores até maio de 2012, existe a possibilidade de as eleições irem para o segundo turno – caso nenhum dos candidatos consiga 50% dos votos válidos ainda no primeiro turno.

"O número de eleitores cadastrados tem flutuado muito, não havendo certezas em relação à configuração de um segundo turno em Cascavel", comenta a cientista política da Unioeste Rosana Kátia Nazzari. A média de eleitores em relação ao número de habitantes de um município, no Brasil, é de 71%, mas em Cascavel esse índice flutua entre 64% e 67%. A cientista política conta, também, que grupos políticos da oposição fazem campanha para que pessoas da região transfiram seus títulos eleitorais para o município, para tentar forçar esse crescimento.

Cenário incerto

Para Rosana, o alto número de indecisos na pesquisa espontânea – mais de 80% – indica que o eleitor ainda não tem um quadro claro da disputa política em Cascavel no ano que vem e, portanto, os números atuais ainda devem mudar bastante ao longo dos próximos meses. Além disso, denúncias de corrupção na prefeitura da cidade também po­­­dem mudar esse quadro. Em 2011, um suposto superfaturamento de uniformes quase custou o mandato de Bueno. A Câ­­­mara votou um pedido de cassação ao prefeito e o absolveu.

"O caso dos unifomes escolares ficou mal explicado. A derrubada do barracão do teatro do Lago (patrimônio cultural da cidade), a construção do shopping sobre as nascentes do Rio Cascavel, que provocará um drama ambiental para a cidade, isto tudo virá tona no auge da campanha, o que pode mudar os resultados", comenta Rosana.

A cientista política avalia, entretanto, que a falta de opções politicamente viáveis e um predomínio do voto governista entre os eleitores pode beneficiar a reeleição de Bueno. "A cultura política em Cascavel ainda é clientelista e os nomes são sempre os mesmos. Com poucas novidades no cenário, fica difícil uma alternativa diferenciada para os eleitores", comenta.

Além da questão do segundo turno, Cascavel se destaca pelo grande número de postulantes à cadeira de prefeito. Além de Bueno e Paranhos, dois deputados federais, Frangão (PMDB) e Alfredo Kaefer (PSDB) e um deputado estadual, Professor Lemos (PT), também podem disputar as eleições. Além disso, Chico Menin (PPS) aparece com uma boa votação entre a população de escolaridade mais baixa. Todos esses candidatos têm capital político e capacidade de angariar apoios importantes, e podem crescer na disputa – e deixar o cenário ainda mais incerto.

Colaborou Rosana Félix

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