Um forte esquema de segurança aguarda em Santos, no litoral de São Paulo, o ex-goleiro Edson Cholbi do Nascimento, o Edinho, filho de Pelé. Ele será julgado por homicídio doloso - quando há intenção de matar - por ter participado de um racha nas ruas da cidade em outubro de 1992 com Marcílio José Marinho de Melo, que provocou a morte do aposentado Pedro Simões Neto, de 50 anos. O carro dirigido por Melo atingiu a moto do aposentado. Para o Ministério Público, Edinho e Melo sabiam o risco ao decidir fazer o racha. Se condenado, a pena varia de 6 a 20 anos de prisão.
Edinho está no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes, acusado de envolvimento com o tráfico e lavagem de dinheiro de Ronaldo de Freitas, o Naldinho, apontado como o principal traficante da Baixada Santista. A Justiça não divulgou o horário que ele chegará ao Fórum. O julgamento começa às 13h30.
Esta não é a primeira vez que ele será julgado pela participação do racha em 1992. Em 1999 ele foi julgado e condenado a seis anos de prisão em regime semi-aberto, mas teve direito de recorrer em liberdade e, no ano passado, o primeiro julgamento foi anulado.
Na tarde desta terça-feira, o advogado Sidney Gonçalves compareceu ao Fórum de Santos na condição de novo defensor do ex-goleiro neste processo. Até então, o advogado do caso era Eduardo Elias, que agora fará a defesa apenas de Melo. "O Pelé (pai de Edinho), por telefone, me pediu na segunda-feira para realizar a defesa de seu filho", disse Gonçalves, ao sair do Fórum.
O advogado do ex-goleiro afirmou que não houve racha e que a defesa trabalhará para demonstrar isso. Gonçalves acrescentou que houve apenas um acidente de trânsito, do qual Edinho não teve envolvimento. Para o promotor de Justiça Octávio Borba de Vasconcellos Filho, porém, o racha foi evidente.
Segundo o promotor, os acusados assumiram o risco de matar a vítima, porque dirigiam seus veículos em alta velocidade e disputavam corrida em via pública. Segundo a perícia, o aposentado chegou a ser arrastado por aproximadamente 50 metros.
Se prevalecer a tese da defesa de Edinho, segundo a qual houve apenas um acidente de trânsito, ele será absolvido. Melo, por sua vez, pode ser condenado pelo crime de homicídio culposo (sem intenção, cometido por imprudência, negligência ou imperícia), cuja pena varia de um a três anos de detenção.
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