O jornal americano "The New York Times" publicou editorial hoje em que analisa os obstáculos que o governo Dilma enfrenta neste ano após o país ter tido avanços, nos últimos dez anos, na área social e econômica.

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O editorial intitulado "Brazil's Next Steps" ("Próximos passos do Brasil", em tradução livre) afirma que a presidente Dilma precisa avançar com as reformas políticas e projetos de investimento público para que o país retome o crescimento da economia e mantenha a inflação sob controle. O baixo investimento privado no Brasil fez com que a economia crescesse apenas 0,9% ante crescimento de 7,5% registrado em 2010, diz o texto.

Em referência à onda de protestos que mobilizou o país em junho e aumentou a insatisfação popular, o editorial destaca que o governo ainda não cumpriu as promessas de realizar reformas políticas e investimentos na área de infraestrutura para baixar o custo de vida no país.

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O editorial também destaca que, apesar de os programas sociais implementados nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, como o Bolsa Família, terem aumentado a renda dos mais pobres, a "desigualdade de renda continua alta e a inflação acaba por corroer o aumento de renda dos mais pobres".

Segundo dados divulgados pelo IBGE hoje, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor), que mede a inflação oficial do país, subiu 0,35%. Em agosto, o índice havia registrado alta de 0,24%. Com o dado de setembro, a inflação acumulada em 12 meses ficou em 5,86% -abaixo do limite do teto da meta do governo para 2013, de 6,5%.

De acordo com o texto do "NYT", um dos motivos da alta dos preços é a "falta de investimentos do governo em infraestrutura para acompanhar o crescimento da economia e, também, as altas taxas de importação e impostos impostas pelo governo, que inflacionam o preço de muitos bens e serviços".

Por fim, o editorial destaca que os estudantes brasileiros têm desempenho inferior a outros países latino-americanos como Uruguai, México e Colômbia e que é necessário realizar uma "reforma no sistema de ensino pois o Brasil tem escassez crônica de profissionais qualificados".