O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), determinou nesta quinta-feira (9) que sejam tomadas as providências necessárias para a exoneração do servidor da Casa que soltou uma caixa com seis ratos no plenário, provocando um tumulto no na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras.
Homem que soltou roedores na CPI da Petrobras é identificado
Márcio Martins de Oliveira tem cargo de natureza especial (CNE), ou seja, um cargo de confiança no gabinete do deputado Fernando Giacobo (PR-PR)
Leia a matéria completaO funcionário foi identificado como Márcio Martins de Oliveira e está lotado no gabinete da segunda vice-presidência, controlada pelo deputado Giacobo (PR-PR). Ele é servidor comissionado, contratado por indicação política, ocupando a função de assistente de gabinete desde 9 de março e recebe salário mensal de R$ 2.300.
Antes de ocupar este cargo, Oliveira foi secretário parlamentar do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), entre 12 de abril de 2014 e 8 de março de 2015.
Neste momento, Oliveira está no Departamento da Polícia Legislativa prestando esclarecimentos. Deputados do PT e advogados estão na porta do departamento e pretendem registrar ocorrência por constrangimento.
A soltura dos ratos foi organizada por parlamentares de oposição para marcar a entrada do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para seu depoimento à CPI. Logo após a entrada de Vaccari, cercado por seu advogado e uma dezena de parlamentares petistas para demonstrar força e apoio interno, o servidor abriu uma caixa e soltou seis ratos no plenário, irritando petistas.
O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), pediu que os envolvidos sejam identificados. “Infelizmente tivemos um procedimento infeliz, mas já tomamos as providências. Quero deixar bem claro que nada nos impedirá de dar prosseguimento à reunião. Tivemos procedimento infeliz e nós vamos seguir com a oitiva do senhor Vaccari.”
O deputado Jorge Solla (PT-BA) acusou o deputado delegado Waldir (PSDB-GO) de ser o responsável pelos episódio. “Isso não pode passar despercebido. O deputado delegado deu a deixa para um comparsa soltar os ratos. Quero que isso conste na ata”, disse o petista.
O tucano reagiu e eles bateram boca. “Acabei de ser acusado e quero que ele prove isso. Não estou armado aqui. Vou processar ele. Gostaria de estar com algema para prender bandidos aqui”.
Os dois parlamentares trocaram gritos de “bandido é você”.
Relator da CPI, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) reclamou do que chamou de “circo armado”.
“Quero deixar aqui minha insatisfação com a ação encomendada que depõe contra o Parlamento. O circo armado mostra o nível que nos encontramos. Há aqueles que reclamam da aprovação do governo, mas as pesquisas mostram que a aprovação do Parlamento é ainda pior. Este circo armado que depõe contra o parlamento, que é essencial à democracia e ao debate.”
Vaccari está sendo processado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal e é apontado por delatores do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras como arrecadador de propinas de empresas contratadas pela estatal.
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