O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou em sua conta no Twitter, neste sábado (18), que não usará o cargo para se vingar. Na última sexta-feira, Cunha declarou que fará oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff.
“Como presidente da Câmara vou me conduzir da mesma forma que venho fazendo, com independência e harmonia com os demais poderes. Não existe pauta de vingança e nem pauta provocada pela minha opção pessoal de mudança de alinhamento politico. Como político e deputado, vou exercer a minha militância defendendo posição diferente do que defendia antes. Não tenho histórico de ajudar a implementar o caos na economia por pautas que coloquem em risco as contas públicas”, escreveu no microblog.
Ontem, após o anúncio de que estava rompendo oficialmente com a gestão da presidente Dilma Rousseff, o Palácio do Planalto divulgou uma nota oficial dizendo esperar que o gesto não se reflita nas ações de Cunha como presidente da Câmara, que devem ser pautadas pela imparcialidade e impessoalidade.
“O presidente da Câmara anunciou uma posição de cunho estritamente pessoal. O governo espera que esta posição não se reflita nas decisões e nas ações da presidência da Câmara que devem ser pautadas pela imparcialidade e pela impessoalidade. Neste momento em que importantes desafios devem ser enfrentados pelo País, os Poderes devem agir com comedimento, razoabilidade e equilíbrio na formulação das leis e das políticas públicas”, diz um trecho da nota presidencial.
Cunha anunciou ainda que entrará com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) por discordar da forma de atuação do juiz Sérgio Moro. “Quanto ao juiz do Paraná, ele não poderia dar curso a participação minha como detentor de foro. Por várias vezes em oitivas ele interrompia as testemunhas e dizia que não podia tratar de quem tinha foro de STF. Ao que parece, ele mudou. Quanto a isso, meus advogados ingressarão com reclamação no STF”, afirmou.
O presidente da Câmara mandou um recado aos peemedebistas, que imediatamente após o anúncio de seu rompimento, trataram do tema como uma questão estritamente pessoal. “É importante reafirmar que a minha decisão de ontem foi de caráter pessoal e em meu nome. Falei que ia defender no congresso do PMDB. Não busquei e nem vou buscar apoio para isso, a não ser o debate na instância partidária competente”, respondeu aos correligionários.
Sobre a falta de apoio de deputados e partidos ao seu gesto de rompimento, Cunha afirmou que não está buscando número para derrotar o governo. “Não busquei e nem vou buscar apoio fora do PMDB, até porque cada partido tem e terá a sua postura dentro da sua lógica. O meu gesto não significará que estou buscando ganhar número para enfrentar e derrotar governo”, escreveu.
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