O secretário estadual de Turismo, Esporte e Lazer, Eduardo Paesque saiu do PSDB e ingressou nesta manhã de quarta-feira (3) no PMDB em clima bastante tenso, disse não acreditar na impugnação de sua filiação, apesar da ameaça feita pelo ex-governador do Rio e presidente regional do PMDB, Anthony Garotinho, já que sua entrada contraria o acordo feito com o DEM do prefeito Cesar Maia.
"O PMDB é um partido com origem democrática, que prima pela diversidade de opiniões, capacidade de articulação... Impugnação de filiação é um instrumento autoritário. Eu tenho certeza, que mesmo que haja iniciativa de algum ator nesse sentido, ela não prospera. Até os adversários sabem que não há motivos para impugnar um político com as minhas características. Pode protestar, ser contra no embate. Impugnação é instrumento de quem tem medo. Eu não acredito que nenhuma figura importante do partido vá tomar esse tipo de atitude", afirmou, na secretaria, depois da filiação.
Em tom conciliador, Paes evitou admitir que sua finalidade é candidatar-se à prefeitura do Rio, apesar da defesa de seu nome feita pelo governador Sérgio Cabral. "Eu venho como mais um nome colocado pelo PMDB. Eu não estou aqui fazendo esse pleito. Ninguém ouviu eu falando isso lá (no diretório, durante a filiação). O que pautou esse momento político foi a ênfase com que o governador Sérgio Cabral foi me chamar, da vontade em me querer ao lado dele. E eu só posso ser grato a isso", disse.
Eduardo Paes disse ainda que não se sentirá constrangido em subir no mesmo palanque com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo criticou de forma ferrenha durante a CPI dos Correios em 2005, período em que era deputado federal.
"Eu era deputado, aquele era o meu papel, a minha obrigação. Como secretário, esse não é o meu papel. Recebi do governo federal os recursos para terminar o Pan. O que era mais importante para o Rio? Ficar de birra com o Lula ou realizar o Pan? Não sou deputado, não estou na secretaria para investigar governo nenhum. Se algum dia for prefeito, governador, Papa, seja lá o que for, vai ser igual. Como deputado, tinha essa obrigação. Como secretário não"
O secretário comentou com desprezo a recepção hostil de grupos contra a sua filiação ao PMDB. "Para mim não incomoda nada. Acho que é deselegante, acho que seria muito mais contundente para quem fosse contra, pedir a palavra, como membro do partido, e dar uma boa esculhambada", disse.
"A turma mais radical ali não se expõe, veio para fazer a bagunça. É uma turma que não deixa claro por que está protestando. Eu imagino que seja um pouco essa coisa de que a gente vem para o PMDB para combater política de aliança. Mas não é isso. O governador Sérgio Cabral falou várias vezes em aliança", concluiu.
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