O ex-superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) Eduardo Requião, irmão do senador e ex-governador do estado Roberto Requião (PMDB), depôs ontem à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Portos na Assembleia Legislativa e admitiu que sua gestão à frente da autarquia foi "polêmica". Eduardo, no entanto, negou ter praticado todas as irregularidades pelas quais foi investigado no início do ano em uma Operação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal. "Foi uma administração polêmica, pois a nossa visão é diferente de outras. Mas tenho uma maneira de pensar que está dentro da legalidade e da probidade", afirmou.
O ex-superintendente defendeu sua atuação na APPA que, segundo ele, teria modernizado os portos, porém afirmou que a complexidade das operações pode ter causado imperfeições. "São mais de 4 mil interesses diferentes, 11 sindicatos, os maiores empresários do mundo para conciliar", disse.
Durante a maior parte do depoimento, Eduardo respondeu questões sobre a licitação para compra de uma draga em 2009. Eduardo disse que não teve interferência na licitação, pois neste período já estava afastado da Appa. Também negou que pudesse ser beneficiado pela licitação. "Como vou me beneficiar de algo que não aconteceu?", indagou, lembrando que a licitação foi cancelada pelo governo.
"Não encontraram absolutamente nada contra mim. Um ofício do Ministério Público Federal dizia que entrando na minha casa teriam provas de irregularidades. A Polícia Federal entrou, as tais provas não apareceram. Muitas mentiras foram ditas, mas eu vou tocando o barco", afirmou.
Eduardo ainda criticou os relatórios da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e dos Tribunais de Contas Estadual e da União que o acusaram de desvio de finalidade em gastos na Appa. Segundo ele, as acusações que sofreu foram injustas porque sua gestão não teve parâmetro de comparação. "Quando [a Antaq] visitou o Porto ele tinha 60 anos e nunca tinha sido feito um relatório sobre o porto", disse.
Após mais de duas horas de depoimento, o presidente da CPI, deputado Douglas Fabrício (PPS), interrompeu a oitiva do ex-superintendente e marcou uma segunda reunião para a próxima terça-feira.
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