Faltam 77%

CARREGANDO :)

Dados divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo na semana passada apontam que apenas 33% do Plano Nacional de Educação, de 2001, foram cumpridos.

14 milhões de analfabetos

Publicidade

A chaga do analfabetismo continua a perseguir os brasileiros. O problema na base se alastra por todos os níveis educacionais.

Se por um lado o avanço da economia será um bônus para o futuro presidente, o ônus será a falta de mão de obra qualificada para garantir um crescimento sustentável. A educação tende a ser um dos principais gargalos para o desenvolvimento do país nos próximos anos. De acordo com dados do Plano Nacional de Educação divulgados na semana passada, apenas 33% de 294 metas estabelecidas por lei para a área em 2001 foram atingidos.

Os problemas se alastram em quase todos os níveis. A meta de matricular 50% das crianças de 0 a 3 anos em creches até 2010 só chegou a 18,1% em 2008. No ensino superior, o plano era chegar a 30% de acesso entre jovens de 17 a 30 anos, mas o índice ficou em 13,7%. Além disso, o país segue com 14 milhões de analfabetos.

O principal indício do estrangulamento educacional que deve frear a economia, porém, é a fuga de alunos do ensino médio. "O problema é que a escola não atrai os adolescentes. Em Curitiba, por exemplo, há sobra de vagas no ensino médio", diz o professor Fábio Doria Scatolin, pós-doutor em economia pela Universidade de Londres e membro do Observatório de Edu­cação de Políticas Públicas e Educacionais da UFPR.

Segundo ele, o eleitor deve ficar atento ao discurso dos candidatos para a área. "Eles vão querer mostrar o que os seus partidos fazem pelo setor em um plano macro, mas até agora ninguém apresentou uma agenda para valer. Só os mesmos jargões de que são favoráveis à melhoria da educação, sem qualquer detalhamento ou soluções."

Publicidade

A doutora em educação Bertha do Valle, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, também destaca que os candidatos precisam se comprometer a cumprir definitivamente objetivos básicos, como a erradicação do analfabetismo. "Além disso, há a questão da valorização dos professores, que não pode ficar resumida a uma discussão sobre a criação de um piso nacional da categoria."

Bertha explica que é necessário criar uma política nacional para os profissionais em educação. "Não posso fazer crescer o número de escolas sem aumentar o número de professores. Mas a realidade é que temos cada vez menos professores em todos os estados, o que é preocupante para o presente e para o futuro."