O empresário Eike Batista, ex-presidente do Conselho de Administração da OSX, disse ao Ministério Público Federal (MPF) que o ex-ministro Guido Mantega pediu a ele que fizesse pagamento de R$ 5 milhões para o Partido dos Trabalhadores (PT).
Para realizar a operação, o executivo firmou um contrato falso com a empresa dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura, já denunciados na Operação Lava Jato por lavagem de dinheiro. Após uma primeira tentativa frustrada de repasse em dezembro de 2012, foi realizada uma transferência de US$ 2,35 milhões no exterior das contas de Eike Batista e dos publicitários.
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Leia a matéria completaEssa investigação faz parte da 34ª fase da Lava Jato, batizada de Arquivo X, e que prendeu preventivamente na manhã desta quinta-feira (23), o ex-ministro Guido Mantega. Ele é acusado de participar de um esquema para arrecadar propinas durante a contratação, pela Petrobras, de duas plataformas de petróleo em 2012 (P-67 e P70) para exploração na camada do pré-sal, as chamadas FSPO´s (Floating Storage Offloanding).
O empresário Eike Batista não tem mandado contra ele, mas a OSX foi alvo da ação. O nome da operação, Arquivo X, é uma referência ao grupo do Eike, cujas empresas traziam o X nas logomarcas.
A Polícia Federal cumpre 33 mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão temporária e oito mandados de condução coercitiva.
Depoimento espontâneo
Eike Batista procurou espontaneamente a força-tarefa da Lava Jato, segundo procuradores à frente da Operação. Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que o empresário, na condição de testemunha, poderia ter permanecido calado.
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Leia a matéria completa“O que podemos dizer sobre Eike Batista é que ele compareceu espontaneamente noa força-tarefa, e prestou depoimento onde narrou os fatos e apresentou provas. Ele é ouvido como testemunha, não é colaborador, então ele estava no direito constitucional de permanecer em silêncio ou oferecer as informações que desejassem”, disse.
Eike confirmou propina depois de delação de Mônica Moura
Eike Batista assumiu ao MPF o pagamento feito ao PT depois que Mônica Moura relatou o fato à força-tarefa da Lava Jato, enquanto tentava fechar um acordo de delação premiada. A empresária já havia revelado que Guido Mantega era citado por ela como intermediário de caixa 2 para campanhas eleitorais do PT.
A primeira versão da delação da mulher de João Santana foi recusada pela força-tarefa da Lava Jato, no início deste ano. No entanto, ela voltou a negociar com os procuradores depois que o marido, João Santana, decidiu também fazer acordo.
Na época, por meio de seus advogados, Mantega reconheceu ter mantido encontros com Mônica, mas sem ter tratado de contribuições financeiras. A empresária disse à força tarefa ter recebido recursos de caixa 2 em todas as campanhas que fez para o PT: nas campanhas presidenciais pela eleição e reeleição de Dilma (2010 e 2014), e pela reeleição de Lula (2006), além das campanhas municipais de Fernando Haddad (2012), Marta Suplicy (2008) e Gleisi Hoffmann (2008). Os candidatos negam.
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