A Gazeta do Povo começou a publicar na terça-feira (8) uma série com curitibanos que vão e que não vão às manifestações do próximo domingo (13). Cada um apresenta seus motivos. Nesta quarta, mais dois personagens.
Eu vou! - Elcio Casagrande
A família de Elcio Casagrande, técnico em comunicações de 56 anos, já decidiu que o encontro de domingo (13) será na Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba.
Para Elcio, o momento vivido no país é único e precisa da participação de diferentes grupos para conseguir mudar o cenário de corrupção. “A situação está insustentável, esse presidencialismo de coalizão onde cargos são produto de barganha não funciona mais e só ajuda a aumentar a corrupção”, disse. O principal motivo de Elcio para ir às ruas é a indignação. “Alguns políticos insistem em tentar criar verdades em cima de mentiras, não podemos compactuar com isso”, comentou.
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Leia a matéria completaO momento, para Elcio – apesar da indignação – também é de apoio ao trabalho do juiz federal Sergio Moro, aos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) que atuam na Operação Lava Jato. “O momento também de fé no trabalho de Sergio Moro, dos policiais e do MPF. No ponto em que estamos, ou se está do lado da PF ou dos ladrões. Não há opção”, afirmou.
Para o técnico em comunicações, que diz ter votado nulo nas últimas eleições, os políticos têm pouco respeito pelo povo e aos votos que recebem. “Os políticos acham que podem fazer o que quiserem, mas o voto não é um cheque em branco”, criticou.
Elcio afirma que não defende nenhum partido e que participa do movimento por ser apartidário. “Se existe uma denúncia, ela tem que ser investigada e se for considerado culpado, deve ser punido - seja Presidente da República ou vereador de cidade pequena, independente do partido”, concluiu.
No ponto em que estamos, ou se está do lado da PF ou dos ladrões. Não há opção.”
Não vou! - Tadeo Furtado
Determinado a não ir nos protestos deste domingo, o cozinheiro Tadeo Furtado, 30, acredita que há falta de foco e de pautas no movimento e acredita que protestar contra a corrupção é generalista e pouco efetivo. “Se fosse uma manifestação por determinada lei, com um foco, poderia se tornar um movimento interessante. Mas vejo apenas a revolta daqueles que não conseguem admitir a derrota nas urnas”.
Para Furtado, a pauta da corrupção não se sustenta, pois atinge apenas um partido e deixa de lado outras esferas do próprio governo e nomes de outros políticos citados nas recentes investigações. “A manifestação no Brasil é livre e isso é maravilhoso. No entanto, só consigo enxergar oportunismo e falta de informação”, afirmou.
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Leia a matéria completaO cozinheiro não poupa críticas ao governo, porém não se identifica com a ideologia dos manifestantes que estiveram nos últimos protestos. “O governo deve ser sim criticado e qualquer pessoa envolvida em crimes deve ser punida de acordo com a lei. Porém, é impossível me juntar com pessoas que parecem não entender o funcionamento de uma democracia”, criticou.
Furtado ainda afirma que não acredita em mudanças concretas de imediato por conta dos protestos, mas que, mesmo discordando de muitos posicionamento s do movimento, percebe mudanças na sociedade. “Acho que está havendo um grande amadurecimento em nossa concepção de democracia participativa”, disse.
Protestar contra a corrupção não tem sentido por si só.”
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