Elcio Casagrande defende a manifestação. Tadeo Furtado não vai às ruas no 13 de março.| Foto: Fotos: Pedro Serápio e Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

A Gazeta do Povo começou a publicar na terça-feira (8) uma série com curitibanos que vão e que não vão às manifestações do próximo domingo (13). Cada um apresenta seus motivos. Nesta quarta, mais dois personagens.

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Eu vou! - Elcio Casagrande

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A família de Elcio Casagrande, técnico em comunicações de 56 anos, já decidiu que o encontro de domingo (13) será na Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba.

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Para Elcio, o momento vivido no país é único e precisa da participação de diferentes grupos para conseguir mudar o cenário de corrupção. “A situação está insustentável, esse presidencialismo de coalizão onde cargos são produto de barganha não funciona mais e só ajuda a aumentar a corrupção”, disse. O principal motivo de Elcio para ir às ruas é a indignação. “Alguns políticos insistem em tentar criar verdades em cima de mentiras, não podemos compactuar com isso”, comentou.

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O momento, para Elcio – apesar da indignação – também é de apoio ao trabalho do juiz federal Sergio Moro, aos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) que atuam na Operação Lava Jato. “O momento também de fé no trabalho de Sergio Moro, dos policiais e do MPF. No ponto em que estamos, ou se está do lado da PF ou dos ladrões. Não há opção”, afirmou.

Para o técnico em comunicações, que diz ter votado nulo nas últimas eleições, os políticos têm pouco respeito pelo povo e aos votos que recebem. “Os políticos acham que podem fazer o que quiserem, mas o voto não é um cheque em branco”, criticou.

Elcio afirma que não defende nenhum partido e que participa do movimento por ser apartidário. “Se existe uma denúncia, ela tem que ser investigada e se for considerado culpado, deve ser punido - seja Presidente da República ou vereador de cidade pequena, independente do partido”, concluiu.

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No ponto em que estamos, ou se está do lado da PF ou dos ladrões. Não há opção.”

Elcio Casagrande Técnico em Comunicações

Não vou! - Tadeo Furtado

 

Determinado a não ir nos protestos deste domingo, o cozinheiro Tadeo Furtado, 30, acredita que há falta de foco e de pautas no movimento e acredita que protestar contra a corrupção é generalista e pouco efetivo. “Se fosse uma manifestação por determinada lei, com um foco, poderia se tornar um movimento interessante. Mas vejo apenas a revolta daqueles que não conseguem admitir a derrota nas urnas”.

Para Furtado, a pauta da corrupção não se sustenta, pois atinge apenas um partido e deixa de lado outras esferas do próprio governo e nomes de outros políticos citados nas recentes investigações. “A manifestação no Brasil é livre e isso é maravilhoso. No entanto, só consigo enxergar oportunismo e falta de informação”, afirmou.

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O cozinheiro não poupa críticas ao governo, porém não se identifica com a ideologia dos manifestantes que estiveram nos últimos protestos. “O governo deve ser sim criticado e qualquer pessoa envolvida em crimes deve ser punida de acordo com a lei. Porém, é impossível me juntar com pessoas que parecem não entender o funcionamento de uma democracia”, criticou.

Furtado ainda afirma que não acredita em mudanças concretas de imediato por conta dos protestos, mas que, mesmo discordando de muitos posicionamento s do movimento, percebe mudanças na sociedade. “Acho que está havendo um grande amadurecimento em nossa concepção de democracia participativa”, disse.

Protestar contra a corrupção não tem sentido por si só.”

Tadeo Furtado Cozinheiro