O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), desistiu da candidatura a presidente da Câmara durante pronunciamento na tribuna da Casa. Temer criticou duramente o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que teria o incentivado a disputar a sucessão de Severino Cavalcanti para depois apoiar o candidato governista, Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
- Eu gostaria de presidir esta Casa, é uma vaidade que não posso deixar de confessar, mas renuncio a minha candidatura - disse Temer, que declarou apoio ao candidato da oposição, José Thomaz Nono (PFL- AL).
Temer disse que já havia desistido da disputa, quando foi convocado por líderes do partidos, entre eles Renan Calheiros, para manter a candidatura.
- O eminente presidente do Senado, Renan Calheiros, chegou a me colocar José Sarney, este estadista, ao telefone, que me convenceu. Fui como uma espécie de missão partidiária.
Em política, muitas vezes há uma esperteza, confronto partidário, pessoal, mas elas não devem extrpolar o limite ético - afirmou Temer, que prosseguiu: - Não foi sem razão que o blog do jornalista Jorge Bastos Moreno disse que o eminente presidente do Senado comete crime de prevaricação e quebra de decoro. A palavra não é minha, é de um grande jornalista do país.
Fazer dessa Casa uma sucursal do Senado ou do Executivo é a negação do texto constituicional.
Segundo Temer, "há dois ou três nomes que poderiam ocupar a presidência da Câmara: ele próprio, o primeiro secretário deputado Inocêncio Oliveira (PMDB-PE) e Nonô, que já era vice-presidente.
- O ideal é que houvesse mudança de regimento para que o vice assumisse - completou Temer.