Jogadores de futebol, cantores, atores de novelas. No ambiente de trabalho, boa parte desses profissionais costuma adotar um nome artístico. Na política, a tendência é a mesma e as eleições costumam reunir diversos candidatos com "apelidos" curiosos.
Na disputa eleitoral do próximo mês de outubro não será diferente. Uma rápida passada pela lista divulgada na semana passada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) revela que há muitos nomes chamativos entre os 922 candidatos do estado.
Algumas pessoas escolhem o nome político baseado em características físicas. Nesse grupo estão candidatos como Baixinho, Pequena, Baixinho da Motoca e Chik Jeitoso. Outros preferem ligar o nome a alguma personalidade famosa. Nesse quesito a lista é longa e inclui Marcelino Pão e Vinho, Pedro Biau Ross, Sérgio Reis, Meu Amigo Erasmo, Tiburcio do Faustão, Zezé de Camargo e Kléber Machado.
Uma estratégia que também costuma ser utilizada é a de ligar o candidato ao ambiente de trabalho ou a um hobby. Optaram por esse método Nego da Rádio; Carlinhos, o ciclista; Benedito, o cobrador; Félix da Academia, Oscalino Copel, entre outros. Sem contar o "grupo militar", composto por diversos candidatos soldados, sargentos e coronéis.
Nomes de animais como Pardal, Grilo, Joaninha, Galo di Ouro, Sheila da Cobra e Neri Tigrão também ganham espaço nessa relação curiosa.
Riscos
Para a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e especialista em Comunicação Política, Luciana Panke, o apelido pode ajudar quando representa uma forma de aproximação com os eleitores. "O nome é uma marca e é o que vai expor a pessoa. Às vezes o apelido é necessário, pois é a maneira como o candidato é conhecido no ambiente em que circula", afirma Panke.
No entanto, a "criatividade" em excesso pode custar caro. "Tem de haver cuidado, pois muitos nomes podem expor à pessoa ao ridículo. Existe o risco de associar o nome a alguém que não gera credibilidade alguma", analisa a especialista.
Mesma fórmula
O empresário Paulo Duarte vai disputar as eleições pela quarta vez. Nos dois primeiros pleitos (2004 e 2006), ele optou pelo nome verdadeiro, mas quando concorreu a uma vaga na Câmara Municipal de Curitiba, em 2008, escolheu o apelido "Papai Noel", em razão de um trabalho social realizado com crianças. Neste ano, ele vai repetir a fórmula. Duarte garante que o Papai Noel não surge apenas em época de festas e de eleições. "Todos os dias eu uso gorro, camisa e calça vermelha. Meu Fusca é um trenó e sempre distribuo balas pelas ruas", afirma.
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