Reforma do prédio da Assembleia: gabinetes foram instalados no antigo restaurante do Legislativo| Foto: Pelipe Rosa/ Gazeta do Povo

Improvisado

Deputados voltam ao trabalho com edifício em obras

Ao voltarem à Assembleia Legislativa, os deputados vão se deparar com a Casa em obras. Iniciadas no ano passado, a primeira grande reforma pela qual passa o edifício Tancredo Neves foi intensificada durante o recesso. Atualmente, os gabinetes do 8º andar passam por melhorias. Pelo cronograma, as intervenções vão descendo e os deputados afetados terão seus gabinetes instalados de forma improvisada no antigo restaurante do edifício, localizado no 3º andar. De acordo com a assessoria de imprensa da Assembleia, não há prazo para a conclusão das mudanças.

Segundo a Casa, as reformas são, na realidade, uma antiga reivindicação dos deputados. Além da reformulação dos gabinetes – uma tentativa de buscar a padronização do espaço de trabalho dos deputados e acabar com os chamados "latifúndios" de alguns parlamentares –, as intervenções têm o intuito de acabar com problemas de infiltração, que comprometiam o trabalho dos deputados em dias chuvosos. Além disso, houve substituição do asfalto do pátio, ampliação do estacionamento (permitindo o trânsito de ambulância) e melhoria do departamento médico.

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A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) volta hoje aos trabalhos em uma sessão de abertura solene, quando o governador Beto Richa (PSDB) fará prestação de contas da gestão de 2011. Os deputados paranaenses retornam para mais um ano legislativo que deve sofrer influência direta das eleições municipais de outubro. Além de 21 parlamentares pré-candidatos às prefeituras, as eleições municipais tendem a criar bases de apoio para os deputados que vão buscar a reeleição em 2014. Mesmo que os políticos não confirmem, a partir de julho, os trabalhos da Casa podem ser comprometidos.

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O presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB), já admite a possibilidade de flexibilizar as sessões para favorecer o interesse dos parlamentares no pleito de outubro, mas nega um esvaziamento no segundo semestre. De acordo com ele, com uma dose de "boa vontade", é possível diminuir a interferência eleitoral nesta legislatura. "Nós vamos ter o número normal de sessões, como se não houvesse eleição. Mas podemos flexibilizar os horários, com encontros pela manhã ou à noite. De jeito nenhum, haverá diminuição do trabalho", garante.

O líder da oposição na Alep, deputado Enio Verri (PT), afirma que o ano eleitoral dificulta a apresentação de projetos polêmicos. "Não acredito que o Executivo vá pautar o Legislativo neste ano", diz. Opinião semelhante é a do professor de Ciência Política David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB). "Projetos importantes precisam de tempo para debate. Haverá concentração de votações consensuais", prevê. Uma das possíveis polêmicas é a criação de um mecanismo para regularizar o funcionamento do Es­­­critório de Representação Po­­­lítica do governo do estado em Brasília, em razão de irregularidades encontradas pelo Tri­­­bunal de Contas (TC).

Pré-candidato à prefeitura de Maringá, Verri afirma que o regulamento da Casa permite a licença para os postulantes aos cargos, mas que todos os projetos serão discutidos. Além dele, outros 20 deputados podem participar das eleições municipais.

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David Fleischer defende a opinião de que o partido que consegue mais prefeitos e vereadores, tende a conseguir mais deputados na próxima eleição. "Há uma correlação forte", diz. Segundo ele, é impossível não haver interferência eleitoral na Assembleia em um estado geograficamente extenso como o Paraná. "O deputado que está no interior não vai voltar para as sessões", afirma o professor. "Eles [os parlamentares] chamam de esforço concentrado. Votam uma agenda de projetos em alguns dias de agosto e setembro", diz.

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Na avaliação do professor de Ciência Política Emerson Cervi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), por terem interesse direto nas eleições municipais, é natural que haja um desvio da atividade política no segundo semestre deste ano. "Não somente os candidatos, mas os demais parlamentares também, porque os prefeitos eleitos vão apoiá-los daqui a dois anos", explica. Cervi se mostra curioso para saber como será a cobrança pela presença dos parlamentares nesse período.