O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (DEM), passou por momentos de "saia-justa" em sua zona eleitoral ao comparecer para votar na manhã de hoje. Ele foi abordado de maneira bastante agressiva pelo ator Ricardo Petraglia no momento em que estava saindo da urna. "Graças a Deus nós vamos ficar livres do senhor, porque o senhor foi o pior prefeito que o Rio de Janeiro já teve", repetiu o ator por três vezes, gritando dentro da sala de votação, no hotel Intercontinental, em São Conrado, zona sul do Rio.
Pouco antes, o prefeito tinha sido abordado pela equipe de humoristas do programa CQC da rede Bandeirantes, que brincou com ele sobre o número da seção em que ele votava, que é "171" (número do código penal referente a crimes de estelionato). A equipe do programa também indagou o prefeito se ele pretendia deixar uma dívida ainda maior nos próximos dias que ainda restam de sua administração municipal. "Se eu pudesse, eu não deixaria uma dívida de R$ 8 bilhões e sim de R$ 100 bilhões porque é preciso entender que endividamento ruim é aquele que tem uma carência pequena e juros altos, mas quando se endivida com o Banco Mundial, é para o bem da população", disse.
Acompanhado durante todo o tempo pela candidata à prefeitura do Rio de Janeiro Solange Amaral - "Experiência e Sensibilidade para Mudar o Rio" (DEM-PTC-PMN) -, o prefeito admitiu que ela não chegaria ao segundo turno. "Nós temos pesquisas feitas ontem com o eleitorado que indicam uma larga margem para o (Fernando) Gabeira sobre o (Marcelo) Crivella, de aproximadamente cinco pontos (para o segundo turno das eleições). Para nós, não há nenhuma dúvida que esse primeiro turno da eleição está resolvido", afirmou, referindo-se aos candidatos das coligações "Frente Carioca" (PV-PSDB-PPS) e da "Vamos Arrumar o Rio" (PR-PSDC-PRTB-PRB), respectivamente.
Segundo turno
Questionado sobre quem ele apoiaria no segundo turno, o prefeito disse que será uma decisão nacional do partido, a ser tomada hoje à noite, ou no máximo até amanhã à tarde. O prefeito avaliou que a fraca performance de Solange nas pesquisas não se deve a um desempenho ruim de sua parte à frente da administração do Rio.
"Não é nenhuma surpresa uma mudança depois de 16 anos com o mesmo grupo ocupando a prefeitura. Isso acontece também em casamentos, em que as pessoas precisam variar um pouco. Avalio que há um desgaste de material, e que o povo pede por uma renovação", afirmou.
Sobre seu futuro político, o prefeito afirmou que pretende se candidatar a senador em 2010, mas isso só deve ocorrer "se o governo do Estado fizer uma boa administração". "Torço para que ele (Sérgio Cabral do PMDB) faça um bom governo. Mas depende muito dele. Se ele continuar fazendo esse governo medíocre, eu serei compulsoriamente levado a me candidatar ao governo do Estado", disse.
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