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Na estréia do programa eleitoral gratuito no rádio e na TV, os candidatos à prefeitura do Rio apresentaram ao eleitorado suas biografias - com as devidas omissões dos pontos de desgaste - e suas famílias. Evitaram ataques aos adversários e os que fizeram promessas se concentraram principalmente na saúde. O candidato do PRB, senador Marcelo Crivella, foi o único a tocar em um ponto fraco da campanha. No programa de rádio, o ex-bispo da Igreja Universal do Reino de Deus garantiu que não vai misturar "religião com política" e reconheceu que sua candidatura "gera algumas inquietações naturais". Na TV, Crivella não tocou no assunto.

Aos ouvintes, Crivella disse ter se inspirado no presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao redigir uma carta-compromisso para os eleitores e garantiu: "Não serei de forma alguma o prefeito de uma denominação religiosa, mas sim de todas as crenças, de todos os cariocas". O candidato disse ter "em comum" com Lula "a preocupação em fazer pelo povo mais pobre". Já no primeiro programa da TV, não fez referência ao presidente. Optou por levar imagens de sua própria casa, com a mulher e os filhos.

Mulher e filhos também foram apresentadas aos espectadores pelos candidatos do PMDB, Eduardo Paes; do PV, Fernando Gabeira, e do PT, Alessandro Molon. No programa de TV do início da tarde, Paes citou rapidamente o governador do Rio, Sérgio Cabral, seu aliado, e enfatizou o período em que foi subprefeito da capital, sem citar que o cargo foi ocupado na gestão do prefeito Cesar Maia, agora adversário político. Estava previsto para o programa da noite desta quarta-feira (20) a participação de Cabral.

O peemedebista fez referência indireta ao fato de seu partido integrar a base do presidente Lula. Prometeu, se eleito, um "Rio do entendimento, da cooperação entre prefeito, governador e presidente". Disse que vai aumentar de sete para 40 o número de postos de atendimento 24 horas e garantiu o fim da aprovação automática nas escolas públicas. O programa de Paes falou da atuação do candidato como deputado, sem informar que, ainda no PSDB, o parlamentar esteve na linha de frente dos ataques a Lula, durante as investigações da CPI dos Correios, da qual fez parte.

Molon repetiu a estratégia usada desde ontem (19) nas inserções de 30 segundos na TV e abriu o programa com uma declaração do presidente Lula pedindo que os militantes "não tenham medo de ser petistas, de andar com uma estrela no peito". Na falta de um depoimento direto de Lula a Molon, que tem apenas 1% na última pesquisa do Ibope, o programa levou à TV declarações da ex-governadora Benedita da Silva e do senador paulista Eduardo Suplicy.

O programa de Gabeira foi o único que levou artistas para a tela, com depoimentos do diretor Daniel Filho e do escritor Nelson Motta. O candidato do PV falou de sua trajetória como militante da resistência ao governo militar, embora sem referência à luta armada, do exílio e da volta ao Brasil com a anistia. Também mostrou na TV a famosa cena, no plenário da Câmara, em que enfrentou o então presidente da Casa Severino Cavalcanti, acusado de corrupção. Gabeira prometeu, caso seja prefeito, não lotear os cargos entre políticos e usar apenas funcionários com experiência administrativa. A escolha de auxiliares com base em critérios políticos, afirmou, "é a raiz da incompetência e da corrupção".

O cabo eleitoral mais presente tanto no rádio quanto na TV foi Cesar Maia, que pediu votos para a candidata do DEM, Solange Amaral. A deputada citou o "trabalho de 15 anos com o prefeito Cesar Maia" e mostrou várias realizações do padrinho político, como o programa Favela-Bairro e as obras feitas na cidade para os Jogos Pan-Americanos. Maia opôs a candidatura de Solange, da continuidade, à dos adversários que, segundo o prefeito, "querem acabar com tudo".

Jandira Feghali, do PC do B, falou da profissão de médica e música e da atuação parlamentar. Prometeu um programa integrado de atendimento nos hospitais e postos de saúde, com central de marcação de consultas, cirurgias e outros atendimentos. "Na saúde, o crime é quase perfeito: as pessoas morrem e ninguém é culpado", disse a ex-deputada.

Chico Alencar, do PSOL, destacou a importância da ética e o fato de não ter "rabo preso com nenhum esquemão", além de destacar sua atuação parlamentar. Como havia feito no programa de rádio, prometeu, se eleito, ser "um prefeito presente" e prestar conta da administração aos cariocas. O candidato do PDT, Paulo Ramos, lembrou o líder trabalhista Leonel Brizola, que morreu há quatro anos.

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