A pesquisa Ibope/RPC/Gazeta do Povo de intenções de voto, divulgada ontem, reforça a aposta que os candidatos de oposição ao prefeito Beto Richa (PSDB) terão de fazer na propaganda eleitoral no rádio e na televisão, que começa na próxima terça-feira, para tentar crescer e tirar votos do tucano. Richa, assim como na pesquisa Datafolha divulgada no último dia 24, aparece com 72%.
Os dois principais concorrentes do prefeito estão bem distantes. Gleisi tem 13% das intenções de voto e Fabio Camargo, 4%. Os dois cresceram apenas um ponto porcentual em relação à pesquisa Datafolha/RPC/Gazeta do Povo o que, estatisticamente, pode ser considerado apenas uma oscilação dentro da margem de erro da sondagem. Os outros cinco candidatos a prefeito de Curitiba não atingiram nem 1% das intenções de voto na pesquisa Ibope.
Sem estratégia
O cientista político Carlos Luiz Strapazzon, do Centro Universitário Curitiba, analisa que a oposição a Beto Richa não conseguiu, até o momento, elaborar uma estratégia que a torne visível, nem conseguiu fazer críticas relevantes à atual administração. "Se no próximos 30 dias (já com a propaganda eleitoral no ar) não tivermos alterações, esse cenário tende a permanecer." O cientista político, porém, lembra que a campanha ainda não "esquentou" e que os debates na televisão podem mudar o quadro eleitoral.
O levantamento revelou ainda outro ponto favorável a Beto Richa: os números de rejeição dos outros concorrentes à prefeitura. Dos curitibanos ouvidos, apenas 7% não votariam de jeito nenhum no tucano. Por outro lado, seus dois principais oponentes são vistos de forma negativa por uma parcela muito maior da população, o que deve dificultar o crescimento deles nas intenções de voto. O índice de rejeição de Fabio Camargo é de 22%. Gleisi não tem uma imagem positiva para 20% dos curitibanos.
Carlos Strapazzon avalia que a baixa rejeição de Beto reflete a aprovação de sua gestão. Ele ainda diz estar surpreso com a alta rejeição de Gleisi Hoffmann, que tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi bem votada para o Senado, em 2006.
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