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Bruno Meirinho disse que o PSOL não é um partido nanico e nem de aluguel | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
Bruno Meirinho disse que o PSOL não é um partido nanico e nem de aluguel| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

Bruno Meirinho candidato a prefeito pelo PSOL defende uma auditoria pública sobre os custos do transporte coletivo, o passe livre para estudantes e desempregados e uma mudança na cobrança do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) em Curitiba. As propostas foram apresentadas na tarde desta terça-feira (16) durante a sabatina com os jornalistas da Gazeta do Povo. Meirinho encerrou a série de entrevistas com os oito candidatos à prefeitura de Curitiba. Antes dele, Gleisi Hoffmann (PT), Carlos Moreira (PMDB), Beto Richa (PSDB), Fabio Camargo (PTB), Ricardo Gomyde (PCdoB), Lauro Rodrigues (PTdoB) e Maurício Furtado (PV) também foram entrevistados. Leia os principais trechos das entrevistas no Blog do Minuto

Meirinho, que é formado em Direito e tem 26 anos, reconhece que não tem chances de ganhar as eleições, mas pretende fazer uma boa votação para eleger um vereador na Câmara. "Trabalhamos de forma coerente para a votação majoritária e proporcional. Acreditamos que se alcançarmos 2% na votação (para prefeito), vamos conseguir eleger um vereador. As pesquisas têm uma margem de erro muito grande", explicou. O candidato disse que o PSOL não é um partido de aluguel e nem nanico, apenas "está pequeno".

"O partido é de militância, não é de aluguel", definiu. O PSOL tem cinco candidatos a vereador em Curitiba. Pelas contas de Meirinho são necessários cerca de 20 mil votos para eleger um vereador do partido. "O processo eleitoral para nós é mais importante para lançar discussões para as pessoas, mostrar que existem problemas", explicou.

Passe livre e transporte coletivo

Para a implantação do passe livre para os estudantes e desempregados, como pretende Bruno Meirinho, a prefeitura teria que subsidiar o transporte coletivo. "Hoje as pessoas têm pouca mobilidade. Não tem desenvolvimento dos bairros porque as pessoas só se deslocam para o Centro e para coisas obrigatórias, para o trabalho e para escola, por exemplo", disse. Para deixar a tarifa mais barata, Meirinho acredita que sejam necessários R$ 500 milhões por ano de investimentos da prefeitura.

Também seriam cobrados mais impostos das empresas. "O custo do transporte também vai subir quando as pessoas começaram a usar mais o ônibus. Para chegar a uma tarifa de R$ 1 seriam necessários R$ 500 milhões de investimentos da prefeitura no transporte coletivo", disse. "É possível economicamente diminuir a tarifa do transporte", disse.

Uma auditoria pública com os gastos do transporte coletivo também é citada como uma das soluções para abaixar o valor da tarifa. "Primeiro temos que rever as planilhas de custos do transporte. O povo precisa ver como são as contas. Defendo uma auditoria pública sobre isso. Os custos dos pneus podem ser revistos, os que constam nas planilhas são pneus de uma frota dos anos 80", disse. O candidato também defendeu uma maior participação popular na administração municipal.

IPTU

Os imóveis com valores acima de R$ 100 mil terão reajuste de IPTU, que seria mais elevado, caso Meirinho for eleito prefeito. "O IPTU é um imposto sobre patrimônio. É limitado em Curitiba, existem os imóveis que pagam mais, mas a progressividade é muito pequena. As alíquotas deveriam evoluir mais sobre os mais ricos, caso contrário, não distribuímos a riqueza", disse.

Defendendo um socialismo com liberdade, Meirinho também propõe aumento do IPTU para os imóveis que estão vazios em Curitiba. "A grosso modo, existem 40 mil famílias sem moradia digna em Curitiba", disse. "Por outro lado, temos 60 mil imóveis que estão vazios na cidade. Estão fazendo estoque de imóveis. Um imóvel que está vazio pode ter o IPTU dobrado no ano seguinte", disse Meirinho, propondo uma solução para o setor de habitação.

Segundo o candidato, a cada ano vazio iria aumentar o valor do imposto, até atingir 15% do valor do imóvel. "Depois de cinco anos, se o imóvel não cumpre a sua função social é possível fazer a desapropriação", disse. O candidato disse que o PSOL não apóia invasões e ocupações de terra, mas sim o fim do despejo. "Os conflitos precisam ser mediados. As pessoas precisam de uma moradia", afirmou.

Já o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) é apoiado pelo PSOL. "É um absurdo que a reforma agrária ainda não tenha sido feita. Achamos o MST um movimento legítimo", explicou.

Catracas

Na opinião de Meirinho o sistema capitalista impõe uma ditadura do dinheiro. "É um regime que pressupõe a desigualdade. O socialismo precisa ser feito pelas pessoas, com liberdade. Por isso falamos das catracas. Sempre há um obstáculo para os trabalhadores, há uma restrição de acesso para educação, saúde e transporte", disse. "Os mais pobres não conseguem acessar o que o capitalismo pode dar", explicou. Curitiba, para o candidato, é uma cidade que concentra riquezas.

Linha Verde

O candidato disse que a prefeitura não está cobrando a contribuição de melhoria nos barracões que ficam ao lado da Linha Verde. "É uma obra de centenas de milhões de reais. Só a primeira parte custa R$ 160 milhões. Não está prevista contribuição de melhorias no entorno da Linha Verde", disse. O candidato explicou o que é contribuição de melhoria: quando é colocado asfalto em frente às casas há uma valorização dos imóveis. A prefeitura cobra o valor que o imóvel se valorizou. Se a casa valia R$ 100 mil antes e passou a valer R$ 120 mil, a prefeitura pode cobrar os R$ 20 mil a mais. "Na Linha Verde não estão cobrando isso", disse.

Barack Obama e mensagem final

O candidato democrata que disputa a presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, foi elogiado por Bruno Meirinho no fim da entrevista. "O Obama é uma pessoa fascinante. É um fenômeno", disse Meirinho, que colocou no seu site a frase: "Sim, é possível", slogan usado por Obama na campanha presidencial dos EUA. "Ele toca no inconsciente das pessoas e também queremos fazer isso", definiu.

A mensagem final de Meirinho foi a seguinte: "Melhorar a vida dos trabalhadores e socializar a riqueza, esse é o nosso tema da campanha, por isso falamos tanto sobre as catracas", definiu.

Leia na edição de quarta-feira (17) da Gazeta do Povo toda a cobertura sobre a entrevista de Bruno Meirinho

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