Tucano agradece petista
O candidato do PSDB, Luiz Carlos Hauly, agradeceu o apoio do prefeito Nedson Micheleti (PT) no segundo turno. "É positivo. Agradeci o apoio. Eu apoiei ele em 2000 e ele tomou uma decisão pessoal, espontânea e não partidária. Fico muito agradecido", declarou o tucano. Em 2004, quando Nedson enfrentou Antonio Belinati (PP) no segundo turno, o tucano não declarou apoio ao petista. Agora ele não acredita que o PT repita o seu gesto, numa revanche, depois de quatro anos. "Não apoiar [em 2004] foi uma decisão minha, mas o PSDB foi liberado e o partido apoiou ele (Nedson)", declarou Hauly, para quem não restou "nenhuma mágoa" do episódio.
Belinati foi diplomático ao comentar o posicionamento do prefeito. "Ele [Nedson] é um cidadão e tem o direito de fazer a opção dele. Não tem porque questionar, não tem porque desrespeitar o direito do cidadão", reagiu o deputado. Ele declarou que não esperava o apoio de Nedson no segundo turno. Belinati disse não saber se o apoio do prefeito a Hauly "vai pesar a favor ou contra" sua candidatura. "Isso vai caber ao eleitor."
O prefeito Nedson Micheleti (PT) declarou nesta segunda-feira (6) apoio a Luiz Carlos Hauly (PSDB) no segundo turno da eleição de Londrina. Nedson, que não contou com o apoio do tucano no segundo turno contra Antonio Belinati (PP), em 2004, invocou o ex-prefeito Wilson Moreira que o apoiou para justificar sua postura, que segundo ele, é de caráter pessoal. "Para o segundo turno, faço como fez o ex-prefeito Wilson Moreira em 2004, voto na legítima defesa da cidade", declarou o prefeito através da assessoria de imprensa da Prefeitura.
Ainda segundo a assessoria, Nedson disse que se trata de "um voto pessoal" e que o partido e o candidato derrotado André Vargas "devem deliberar como vão fazer" no segundo turno. Na avaliação do prefeito, existem duas possibilidades para o PT. "Uma é indicar o voto no Hauly e outra é participar, discutir proposta de governo." Ele afirmou não acreditar que o PT opte pela neutralidade nesse segundo turno. O prefeito avalia que "o voto em Belinati é impensável".
Segundo Nedson, Hauly ultrapassou Barbosa Neto (PDT) na reta final da campanha porque, na última hora, o número grande de indecisos migrou para uma candidatura "que polarizasse para evitar que ficassem duas pessoas do mesmo campo de atuação". Segundo ele, um segundo turno entre o pedetista e Belinati seria uma disputa entre dois candidatos do campo populista.
A respeito da renovação de 68% na Câmara Municipal, o prefeito disse considerar que o eleitor "preferiu trocar", mas ressaltou que o seu partido, o PT, manteve o mesmo número de cadeiras, embora nenhum dos atuais vereadores da legenda tenha sido reeleito.
O candidato do PT, André Vargas, que ficou em quinto lugar, com 14.506 votos (5,36%), disse que o partido ainda não decidiu apoio. "O voto no Belinati é impensável, mas a decisão de apoiar é uma decisão política que deve ser tomada em conjunto com o partido", afirmou. Ele disse não ter pressa em tomar a decisão. Segundo o deputado, se Belinati tivesse sido impugnado e Barbosa fosse chamado para disputar com Hauly, a situação seria diferente. "O Barbosa Neto é um candidato da base aliada", justificou. De acordo com Vargas, o diretório municipal do PT se reúne no próximo sábado.
Ele negou que o PT vá repetir o posicionamento de Hauly no segundo turno de 2004, quando o tucano negou apoio a Nedson, na disputa contra Belinati. "Não é porque ele se equivocou que nós vamos nos equivocar", concluiu.
A postura de Nedson repete a de Luiz Eduardo Cheida (PMDB), que administrava a cidade e era filiado ao PT em 1996, quando Hauly e Belinati disputaram o segundo turno pela primeira vez. Na oportunidade, Cheida declarou apoio ao tucano, rachando o seu partido. Vargas também foi com Hauly, mas outras figuras, como o hoje ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, apoiaram Belinati.