O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro, desembargador Roberto Wider, afirmou nesta segunda-feira (15) que as Forças Armadas permanecerão no estado até a realização do segundo turno das eleições, caso o processo eleitoral não seja decidido já no dia 5 de outubro próximo.
Ele informou que essa possibilidade já estava prevista desde quando a decisão de reforçar a segurança nas eleições fluminenses foi tomada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em conjunto com os comandantes militares, para a Operação Guanabara. "Já vieram com essa idéia, desde quando foi feito o estudo de viabilidade. Já há uma previsão de que fiquem até o segundo turno", disse.
Wider analisou que o balanço da Operação Guanabara até agora é positivo, uma vez que não houve confronto nem troca de tiros. "E nós estamos mostrando que estamos presentes". Na sua avaliação, há mais acertos do que erros. "Porque não houve aquilo que mais se teme: confrontos, mortes. Isso é que é inteiramente indesejável. E espero que não aconteça. Dentro dessa visão, nós podemos falar em menos erros e mais acertos".
As Forças Armadas continuarão ocupando as comunidades previamente definidas onde haja ameaça do tráfico ou de milícias aos eleitores e candidatos. "As Forças Armadas estão cumprindo o seu papel de resguardar a regularidade do processo eleitoral". Wider indicou que o satisfatório nessa ocupação, que vem sendo empreendida na Operação Guanabara, "é você não encontrar resistências, é ver que os candidatos podem entrar lá dentro [das comunidades], é você verificar que há propaganda de todos os candidatos e não só de determinados candidatos, que eles [tráfico ou milícia] determinam". Ele esclareceu que o fato de terem permanecido apenas um dia em uma comunidade não significa que as tropas não possam voltar.
Em relação à periodicidade das tropas nas favelas, informou que isso será examinado na medida em que os problemas forem ocorrendo. "Nós vamos fazer um trabalho dentro do princípio da mobilidade". Wider destacou a atuação da Polícia Federal, por meio da realização de um trabalho de inteligência e prevenção acentuado, que já resultou na prisão de vários milicianos.
Ele afirmou que está mantida, por outro lado, a proibição do uso de celulares, câmaras fotográficas e quaisquer equipamentos que possam violar o segredo do voto do eleitor. A medida vale para todos os estados brasileiros, destacou. Disse que os candidatos, cuja propaganda irregular foi recolhida pelos fiscais do TRE, serão investigados, processados e pagarão multas pesadas. "Nós não podemos pensar que pessoas, que querem exercer o mandato eletivo, ou seja, querem representar o povo, comecem isso violando a lei eleitoral. Por isso, essas punições são necessárias, inclusive como forma exemplificativa para os demais [candidatos]".
O desembargador avaliou que, de um modo geral, "a Justiça Eleitoral tem trabalhado de uma maneira mais coesa, mais uniforme, trocando idéias e experiências e fazendo o melhor que pode para que tenhamos eleições tranqüilas". Ele acrescentou que, no dia das eleições, as Forças Armadas estarão presentes, situadas a 100 metros dos locais de votação, para oferecer segurança, evitar abusos, proteger o eleitor, evitar qualquer tipo de violência e garantir o ir e vir das pessoas. Roberto Wider despediu-se da presidência do TRE do Rio de Janeiro "por imposição legal". O cargo será ocupado pelo desembargador Alberto Motta Moraes.
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