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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres Britto, disse neste domingo, em entrevista coletiva, que a Justiça Eleitoral oferecerá, em breve, a possibilidade de o eleitor votar em trânsito. Indagado se há algum projeto para modernizar a forma de justificativa por parte de quem está fora de seu domicílio eleitoral, que ainda é feita por formulário em papel, Ayres Britto disse que a intenção do TSE é avançar neste campo, facilitando cada vez mais a vida do eleitor.

- Tão logo termine esse processo eleitoral, temos o propósito de viabilizar a concepção e a operacionalização de uma tecnologia eletrônica que permita ao brasileiro votar em qualquer lugar em que se encontre. Esse será um grande salto de qualidade: o eleitor votar onde estiver, e nós chegaremos lá porque a tecnologia existe para enfrentar este tipo de desafio - afirmou.

Segundo o balanço parcial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nenhuma urna biométrica apresentou defeito até as 16h30m. O novo sistema de votação foi inaugurado neste ano em três municípios - Colorado do Oeste (RO), Fátima do Sul (MS) e São João Batista (SC). Segundo o mecanismo, o eleitor é cadastrado anteriormente e, no dia da votação, é reconhecido pela impressão digital. A nova urna evitará que uma pessoa vote pela outra - a única fraude ainda possível atualmente.

- A urna digital era uma das preocupações do tribunal. É extremamente gratificante ver que não houve problema - avalia o ministro Carlos Caputo Bastos, do TSE.

O presidente do tribunal, ministro Carlos Ayres Britto, prevê que, até 2016, o país inteiro vote desta forma.

O secretário de tecnologia do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe Janino, informou que houve problemas técnicos em 60 seções de Goiânia . Foi detectada incompatibilidade entre os cartões de memória contendo os dados dos candidatos e urnas eletrônicas. Os equipamentos utilizados nesses locais são os mais antigos do tribunal: foram fabricados em 1998, daí a dificuldade técnica. Por isso, o horário do início da votação foi atrasado.

Ayres Britto fez um apelo para que os eleitores procurem conhecer a vida pregressa dos candidatos antes de escolher. Ele acredita, no entanto, que, a cada processo eleitoral, o eleitor está mais consciente.

- O eleitorado, desassombrosamente, passa a ficar mais exigente e dizer que, de fato, há candidatos que não merecem nem votos de boas festas - brincou.

Leia mais: Menos de 0,5% de urnas com problemas em todo o país

Para o ministro, a repetição do exercício de votar faz com que o eleitor tenha menos dificuldades em operar as urnas eletrônicas e procure fundamentar melhor sua escolha no candidato. Ele criticou o eleitor que prefere aproveitar o domingo de votação para o lazer, ao invés de votar:

- Quanto mais vezes o eleitor vota, mais ele aprende a votar. Como dizia Dorival Caymmi, para entender de amor é preciso amar. E não se abster, ir para a praia, fazer um churrasco. Essa postura do 'tanto faz, como tanto fez' está com os dias contados.

Presidente do TSE espera ter 90% das urnas apuradas até as 22h

O presidente do TSE estima que até as 22h deste domingo 90% dos resultados já deverão estar apurados em todo o Brasil. A previsão é de que até esse horário, todas as capitais e boa parte dos 5.563 municípios do país já conheçam os vencedores da disputa eleitoral. O ministro disse estar convencido de que as eleições estão "sob controle", mas lembrou que no Norte há cidades que são muito distantes umas das outras e que há municípios sem energia elétrica. Nesses casos, os resultados seriam recebidos por um sinal de satélite móvel.

A rapidez e a segurança da votação, garantidas pela informatização das urnas eleitorais, é um fator de diminuição dos atritos entre os candidatos, acredita Ayres Britto, uma vez que não há mais aquela ansiedade prolongada pelo resultado.

- A rapidez da apuração dos votos deixa os protagonistas do processo eleitoral mais calmos. É um fator de pacificação dos ânimos. Não se espera mais tanto tempo pelo resultado - disse.

O ministro comemorou o sucesso no uso da identificação biométrica, um projeto-piloto que está sendo testado neste domingo em três cidades do Brasil (Leia mais: Urnas biométricas não apresentaram problemas ). Por esse sistema, o eleitor não precisa entregar a carteira de identidade ao mesário, já que a identificação é feita com sua impressão digital.

Ele espera que, em oito anos, todas as seções eleitorais do Brasil já estejam aparelhadas com a tecnologia capaz de coibir uma fraude ainda hoje possível: uma pessoa tirar mais de um título eleitoral.

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