No segundo maior colégio eleitoral do país, com cerca de 14,5 milhões de votos, o resultado das eleições irá além da disputa pelo governo de Minas Gerais, polarizada entre o governador Antonio Anastasia (PSDB) e o ex-ministro das Comunicações Hélio Costa (PMDB). Mais do que os titulares do governo, do Congresso Nacional e da Assembleia, as urnas mineiras deverão revelar o nome do mais forte líder da oposição no país.
Se confirmados os prognósticos dos institutos de pesquisa, o ex-governador Aécio Neves, apontado como nome certo de Minas no Senado, será o líder mais vitorioso do PSDB. "Ele vai fazer barba, cabelo e bigode", aposta o professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais Carlos Ranulfo, convencido de que a hegemonia paulista do PSDB está com os dias contados.
O cientista político acredita que o PSDB mineiro terá mais sucesso nessa eleição do que os tucanos de São Paulo, que deverão eleger o governador Geraldo Alckmin. As pesquisas indicam que Anastasia continuará no governo de Minas por obra de Aécio, que ainda deve se eleger para o Senado em dobradinha com o ex-presidente Itamar Franco (PPS). Uma vitória completa de Aécio provocará uma derrota tripla para o PT mineiro, a despeito do esforço eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para eleger Hélio Costa, com o vice petista Patrus Ananias, e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT) para o Senado.
Acordo indigesto
Os petistas não digeriram o acordo forçado pelo presidente Lula, segundo o qual o PT teve de abrir mão da candidatura ao governo de Minas em nome da aliança nacional com o PMDB para eleger Dilma Rousseff. A incompatibilidade entre as duas legendas tem registro na história política recente do estado. Em 1994, os petistas apoiaram a candidatura do tucano Eduardo Azeredo, exatamente contra o peemedebista Hélio Costa.
Enquanto o tucanato se queixava do rolo compressor montado por Lula em todo o país para eleger sua sucessora, em Minas as queixas estavam no campo lulista. A frustração maior de Costa foi ver aos tucanos surfando na onda "Dilmasia", o apoio simultâneo à presidenciável do PT e a Anastasia.
A tática de Lula e seus aliados em Minas foi nacionalizar a sucessão estadual, para pregar a conveniência administrativa de ter um governador e uma presidente do mesmo "time". Para driblar os apelos de um líder nacional com 80% de popularidade, Aécio jogou com os valores e a independência dos mineiros na escolha de seus candidatos. A partir daí, fez uso do mesmo argumento de Lula, em favor da continuidade de um projeto de gestão bem-sucedido, com Anastasia.
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