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Com o início do horário eleitoral gratuito, pode-se dizer que a campanha de 2010 começa a ganhar definitivamente a atenção do eleitor. Até agora, em função das restrições cada vez maiores às campanhas de rua, a eleição esteve restrita aos círculos das elites e militâncias partidárias – além das páginas dos jornais e espaços diminutos nos programas informativos de rádio e televisão.

Ao "entrar" nas casas das pessoas, no entanto, há uma inversão na ordem do debate. A partir de agora o cidadão poderá extrair informações para alimentar a discussão em ambientes públicos. Mas que conteúdos são esses transmitidos pelos candidatos no horário eleitoral?

Idealmente espera-se que partidos políticos ofereçam informações sobre posições ideológicas e programáticas de seus eventuais governos. Não é isso que acontece. Eles misturam dados que os distinguem dos demais concorrentes com elementos para despertar determinadas emoções favoráveis à aceitação da sua própria imagem.

Como os candidatos estão usando cada vez mais recursos técnicos para a construção de suas mensagens, o que veremos nas próximas semanas terá a seguinte sequência: em primeiro lugar haverá uma apresentação de habilidades políticas, destacando valores familiares e pessoais positivos. Em um segundo momento, os candidatos vão mostrar suas propostas de governo, diferenciando-as das demais. Por fim, nas últimas semanas antes do primeiro turno, começarão a "desconstruir" a imagem dos adversários.

No final, caberá ao eleitor, após debater os conteúdos com outras pessoas e obter informações de diferentes fontes, tomar a decisão do voto. Embora não seja suficiente para determinar o voto, o horário eleitoral ajuda a compor o ambiente informacional.

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