Provavelmente para não contrariar a "onda verde", provocada pela candidatura de Marina Silva (PV), Dilma Rousseff e José Serra não estiveram muito próximos ao agronegócio ao longo da campanha. A falta de um posicionamento claro a respeito dos temas sensíveis à área dificulta a escolha entre os dois, explica Eugênio Stefanello, doutor em engenharia de produção e professor da UFPR. Até porque as gestões do PSDB e do PT não foram tão diferentes.
"Ambos apresentaram avanços", diz Stefanello. "Mas nenhum dos dois promoveu as ações necessárias para o agronegócio no qual incluo também os pequenos produtores dar um salto de produção e produtividade."
Em números, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas tem crescido desde 1992 a não ser por um leve tombo em 1998 (na gestão tucana) e um maior em 2006 (na do PT). O país saiu de uma safra de 55 milhões de toneladas, em 92, para 149 milhões de toneladas neste ano.
Para elevar esse número ainda mais, o setor agrícola já sabe o que é preciso além das políticas cambiais e do corte de impostos, exigidos por todos os setores produtivos. "Continuar com o Pronaf [programa de fortalecimento da agricultura familiar], ampliar as pesquisas por meio da Embrapa e atuar de forma mais intensiva na defesa animal e vegetal", enumera Stefanello. É preciso ainda resolver a questão dos preços mínimos e do seguro rural, para todos os produtores única forma, segundo ele, de impedir que a renegociação de dívidas seja refeita a cada vez que a safra quebrar.
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