• Carregando...
Simão Jatene (PSDB), do Pará | Cristino  Martins/O Liberal
Simão Jatene (PSDB), do Pará| Foto: Cristino Martins/O Liberal

Pesquisas repetem o mesmo cenário de 2006

Se o resultado das pesquisas mais recentes for confirmado nas urnas, a nova composição do poder nos estados brasileiros trará 18 governadores aliados ao governo federal contra apenas 9 opositores. Caso a candidata Dilma Rousseff (PT) ratifique seu favoritismo e vença a eleição deste domingo, ela encontrará exatamente o mesmo cenário com que o presidente Lula se deparou após as eleições em 2006.

A distribuição de forças entre situação e oposição no comando dos estados, desde que as projeções se confirmem, mudará de mãos em 11 unidades da Federação. Algumas al­­terações em blocos regionais são significativas. Nos estados do Sul e Sudeste, o predomínio é de forças ligadas à oposição, com as vitórias no Paraná, Santa Catarina e nos dois maiores colégios eleitorais do país, Minas Gerais e São Paulo. No Norte e no Nordeste, apenas no Rio Grande do Norte elegeu-se um nome ligado à oposição, Rosalba Ciarlini (DEM).

No Pará e em Alagoas, a oposição é favorita no segundo turno. Nos demais, a hegemonia é de aliados de Dilma. No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul e To­­can­­­­tins são os estados que escolheram nomes da oposição até agora. As situações em Goiás e Alagoas ainda são imprevisíveis.

Para o cientista político Alberto Carlos Almeida, o fato de governadores serem aliados do governo federal muda pouco a realidade das administrações, mesmo que muitos candidatos usem a proximidade com o governo federal como estratégia de campanha. "Na prática, todos os governadores procuram manter boas relações com a situação para não serem prejudicados no repasse dos recursos. Mesmo os não aliados sabem que é só manter um bom comportamento que os recursos aparecem", afirmou. (SM)

  • Agnello Queiroz (PT) é favorito no DF
  • Capiberibe (PSB): surpresa no Amapá
  • Confira quais estados terão segundo turno para governador

Seis candidatos a governador ligados a Dilma Rousseff (PT) e três que apoiam a candidatura de José Serra (PSDB) lideram as intenções de voto nos estados que terão eleição em segundo turno, de acordo com os números mais recentes dos principais institutos de pesquisa (ver infográfico).

Confiando nos prognósticos, apesar dos casos de imprecisão de pesquisas no primeiro turno, percebe-se que os aliados de Dilma caminham para vitórias mais tranquilas no segundo turno. Por outro lado, só um candidato ligado a Serra lidera com folga. No Pará, o tucano Simão Jatene supera a atual governadora Ana Júlia Carepa (PT) por 20 pontos porcentuais. Mesmo com a petista usando a imagem de ex-candidata à Presidência Marina Silva (PV) na campanha, a situação parece definida. Em Alagoas, outro aliado de Serra, o atual governador Teotônio Vilela Fi­­lho (PSDB), está em situação de empate técnico com o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT).

As últimas pesquisas apontam crescimento de Lessa na reta final da campanha e a disputa será acirrada. Para manter a vantagem, Vilela explorou o envolvimento do ex-governador pedetista na Operação "Navalha" da Polícia Federal (PF), que investigou desvio de dinheiro em obras no Nordeste no ano de 2007, em seus programas no horário eleitoral gratuito.

A eleição que promete ser mais disputada é a do estado de Goiás. A vantagem de Marconi Perillo (PSDB) sobre Íris Rezende (PMDB) é de apenas um ponto porcentual. No estado que também registrou o confronto mais equilibrado entre Dilma e Serra no primeiro turno –a petista superou o tucano por apenas 2,8 pontos porcentuais –, a disputa promete ser voto a voto.

Na Paraíba, os dois candidatos, Ricardo Coutinho (PSB) e José Maranhão (PMDB), apoiam a candidata petista. Nos demais estados, os números mostram que os aliados do governo federal devem vencer e confirmar os resultados do primeiro turno.

No Distrito Federal, Agnello Queiroz (PT) abriu 25 pontos sobre Weslian Roriz (PSC), mesmo após a candidata prometer anistia às multas de trânsito caso fosse eleita. Weslian entrou na disputa ao governo do Distrito Federal nove dias antes do primeiro turno. Virou cabeça de chapa após o impasse no Su­­­premo Tribunal Federal (STF) quanto à vigência da Lei da Ficha Limpa, que barrou o ex-governador Joaquim Roriz, marido dela.

No Piauí, o ex-governador e senador eleito Wellington Dias (PT) é o principal cabo eleitoral de seu ex-vice, Wilson Martins (PSB), contra o ex-prefeito de Teresina Silvio Mendes (PSDB).

Virada

O único estado em que as pesquisas indicam uma inversão dos números do primeiro turno é o Amapá. Depois de ter sido derrotado por apenas 737 votos na primeira rodada, o candidato Camilo Capiberibe (PSB) lidera sete pontos à frente de Lucas Barreto (PTB). Ambos os candidatos tentam colar no rival a imagem do ex-governador Pedro Paulo (PP), preso em setembro na Operação "Mãos Limpas" da Polícia Federal.

Forças federais

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou o envio de força federal para o dia da eleição. Ao todo, até agora, 12 estados vão contar com o auxílio das tropas para garantir a normalidade das eleições neste segundo turno: Piauí, Amazonas, Rio Grande do Norte, Tocantins, Alagoas, Rondônia, Sergipe, Maranhão, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Amapá e Pará.

Em Roraima, na semana passada, a PF deteve o governador José Anchieta (PSDB), candidato à reeleição, por suspeita de crime eleitoral, mas não foram encontradas provas. O candidato Neu­­do Campos (PP) lidera as pesquisas. Já em Rondônia, o candidato Confúcio Moura (PMDB) lidera as pesquisas contra o candidato à reeleição João Cahulla (PPS).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]