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O candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, disse nesta quarta-feira (20), ao deixar a clínica no Rio onde foi atendido após ser atingido na cabeça durante uma caminhada em Campo Grande, na Zona Oeste, que o tumulto "pareceu uma coisa pré-organizada".

"Uma ação violenta, me pareceu uma coisa pré-organizada, não foi nada espontânea, nem de longe. É uma coisa que puxa para o ódio, para a intolerância, para a raiva, é uma coisa que não faz bem para o Brasil", disse o candidato. "Não se justifica, não há motivos para violência," completou.

Serra disse que não sabia o que o atingiu. "Pareceu ser um rolo muito pesado de adesivos. Eu não sei dierito. Não era uma coisa cortante, por sorte," disse. Após a confusão, Serra cancelou, por recomendação médica, o resto da agenda no Rio. "Fiquei meio enauseado, tonto, achei que ia desmaiar," contou na saída da clínica.

A repórter da TV Globo, Mariana Gross, foi atingida na cabeça por uma pedra no tumulto e sofreu um corte na cabeça.

Médico

O cirurgião médico de cabeça e pescoço Jacob Kligerman, que atendeu o tucano, disse que recomendou repouso de 24 horas após a agressão.

Por precaução, Serra foi encaminhado a uma outra clínica para fazer uma tomografia computadorizada. O exame já ficou pronto e comprova que o candidato está bem, segundo o médico.

Tumulto

Serra fazia uma caminhada no calçadão de Campo Grande, bairro da Zona Oeste, quando houve um tumulto entre partidários do tucano se encontraram com simpatizantes do PT.

A assessoria do candidato informou ao G1 que Serra deve voltar nesta quarta para São Paulo.

Serra, que estava acompanhado de Fernando Gabeira (PV), foi atingido por um objeto na cabeça e chegou a interromper o percurso para entrar em uma van, que percorreu cerca de 100 metros. Em seguida, o tucano desceu do veículo e voltou a caminhar pelo calçadão acompanhado de assessores e simpatizantes do PSDB.

Houve discussão entre os dois grupos, e o comércio local chegou a fechar as portas. O tucano criticou o protesto dos petistas. "O PT tem tropa de choque e isso é típico de movimentos fascistas", disse o presidenciável.

Um pastor que acompanhava Serra disse que viu o momento em que o candidato foi atingido. "Eu estava abraçando o Serra, e ele levou um rolo de fita crepe na cabeça. Eu levei uma paulada, que era uma espécie de cabo de vassoura", afirmou Paulo César Gomes, da Assembleia de Deus do Poder e Glória.

Dirigente do PT diz lamentarO secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Cardozo, disse lamentar o incidente, mas afirmou que o partido não estimula a violência.

"Eu lamento o incidente. Isso não é bom. Em momento algum o nosso partido incentiva esse tipo de ação. Agora, essa campanha instiga o ódio e isso não parte de nós. Infelizmente, foram eles que começaram essa campanha de ódio. Mas somos contra qualquer ato de violência e não aceitamos ações como essa."

O PSDB divulgou uma nota informando sobre io cancelamento da agenda e reafirmando a posição da candidatura "pela paz" e "tolererância". Leia a íntegra da nota.

"Cancelamento de agenda

Durante caminhada pacífica em Campo Grande (RJ), com muita aceitação popular, a comitiva do candidato à presidência da República, José Serra, foi surpreendida por militantes da campanha adversária, que tentaram impedir-lhe o avanço.

Em determinado momento, acertaram a cabeça do candidato Serra com um pesado objeto. Com o golpe, ele ficou tonto e se submeteu a um exame médico inicial, onde os médicos sugeriram uma tomografia computadorizada e repouso. Por consequência, foi suspensa sua programação no Rio de Janeiro.

Nossa candidatura reafirma sua posição pela paz, tolerância e um governo de unidade nacional, pois entende que esse é o único caminho para o progresso no Brasil."

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