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“Tenho muito pouco a dizer sobre a eleição estadual, fico desconfortável para fazer qualquer comentário.” Alvaro Dias, senador (PSDB) | Roberto Custódio / Gazeta do Povo
“Tenho muito pouco a dizer sobre a eleição estadual, fico desconfortável para fazer qualquer comentário.” Alvaro Dias, senador (PSDB)| Foto: Roberto Custódio / Gazeta do Povo

O resultado das eleições para governador tende a acirrar a disputa interna no PSDB entre Beto Richa e o senador Alvaro Dias. Para o presidente estadual do partido e aliado do ex-prefeito, Valdir Rossoni, o apoio declarado por Alvaro ao irmão Osmar Dias (PDT) foi "desprezível". "Não tenho outra coisa a declarar", afirmou o deputado estadual.

Já Beto evitou polemizar. Ele foi questionado ontem, durante entrevista coletiva, sobre o comportamento de Alvaro. "Boa pergunta. Dá para pensar um pouco?", brincou Richa.

Logo em seguida, o governador eleito disse que há tempo não fala com Alvaro. "Entendo seu posicionamento como uma questão familiar, embora parte considerável do PSDB não aceitou o seu posicionamento de infidelidade ao nosso partido", disse Richa. "Mas não vou me manifestar com relação a isso, não vou pedir que tenha qualquer tipo de medida disciplinar, qualquer retaliação em função de ele ter tomado esse posicionamento."

Senado

Sobre o fato de que não terá aliados no Senado com as eleições de Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB), Richa disse que não fará distinção partidária e que todos são "bem-vindos" para ajudar o governo. "Agora, se não puderem ajudar, não posso forçar ninguém a vir defender os interesses da nossa gente. Se não quiserem não tem problema", afirmou. O tucano justificou que tem amizade com muitos senadores de outros estados e que eles poderiam ajudar o Paraná.

O PSDB, no entanto, perderá representação na Casa a partir de 2011. O número de cadeiras do partido caiu de 16 para 11. Já o PMDB subiu de 17 para 20 e o PT de oito para 14.

Apesar dos conflitos recentes, Alvaro garantiu que manterá uma relação amistosa com Beto no Senado. "Vou me relacionar com ele da mesma maneira como me comportei durante os oito anos de governo Requião. Tudo deve ser encarado em favor da defesa do estado."

O senador disse que não se arrepende de ter declarado apoio a Osmar, mesmo contrariando o partido. "Foi um gesto de solidariedade, mais para confortá-lo do que para ajudá-lo." Por outro lado, não quer mais falar sobre a polêmica em torno da escolha do candidato a vice de José Serra na chapa presidencial – Alvaro havia sido escolhido, mas foi substituído por Indio da Costa (DEM) porque Osmar não aceitou fazer uma composição com Beto.

Fruet

O senador lamentou, contudo, a derrota do colega de legenda Gustavo Fruet para Gleisi e Requião. "Faltou mais uma semana de campanha." Alvaro apontou duas falhas na estratégia tucana na briga pelas duas vagas do Senado – Fruet demorou muito para ser lançado candidato e, na reta final, perdeu inserções no horário eleitoral gratuito porque aceitou a "invasão" da propaganda de Beto.

"Tenho muito pouco a dizer sobre a eleição estadual, fico desconfortável para fazer qualquer comentário." Sobre a disputa nacional, afirmou que está disposto a ajudar Serra em qualquer função. No domingo, ele participou da festa do PSDB em São Paulo para comemorar a chegada ao segundo turno.

Durante o primeiro turno, Alvaro ficou em Brasília para utilizar a tribuna do Senado para defender o PSDB e atacar o PT. Agora, porém, ele deve ser convocado para atuar mais próximo à coordenação da campanha. Beto também já declarou que pretende atuar mais na disputa presidencial.

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