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Lula, com Roberto Requião ao seu lado, e vários governadores e senadores eleitos | Evaristo Sá / AFP
Lula, com Roberto Requião ao seu lado, e vários governadores e senadores eleitos| Foto: Evaristo Sá / AFP

Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta terça (5) no Palácio da Alvorada, governadores e parlamentares eleitos da base aliada disseram nesta terça-feira (5) que vão às ruas fazer campanha para eleger a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. A petista disputará o segundo turno contra José Serra (PSDB).

Participaram da reunião com Lula, governadores de dez estados, além de parlamentares eleitos e ministros do governo, entre os quais o de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e de Planejamento, Paulo Bernardo. O senador eleito pelo Paraná, Roberto Requião, também esteve presente no encontro.

A reunião teve por objetivo mobilizar a base aliada para eleger Dilma. Segundo Padilha, o presidente pediu que os governadores eleitos não "desmontassem as campanhas nos estados". "É para manter a estrutura para fazer campanha em prol da nossa candidata", afirmou.

Em nome dos 10 governadores presentes ao encontro com Lula, Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, disse que os candidatos eleitos que apoiam o governo vão se dedicar a atividades políticas nos estados para promover Dilma.

Aliados eleitos defendem votos de Marina como prioridade para Dilma "Nós vamos participar das atividades, vamos colocar a campanha na rua, vamos andar, vamos colocar a nossa militância, nossos candidatos que ganharam, que perderam, para fazer atividade política, para levar o debate político, mostrar os dois projetos em discussão", afirmou.

Campos disse que há amplo potencial de crescimento da petista nos estados. "A avaliação feita pelos governadores eleitos e senadores é de que nos estados tem um potencial de crescimento. Já tem pesquisas mostrando crescimento. Dilma vai ter mais votos nos estados."

De acordo com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a campanha de Dilma estuda formas de aproximação com Marina Silva, que se candidatou à Presidência pelo PV e obteve quase 20% dos votos no primeiro turno.

"A coordenação de campanha está pensando estratégias de conversa com a Marina. Tenho certeza de que faremos um grande diálogo com os eleitores da Marina e dos demais candidatos", disse. Ele não descartou que Lula possa entrar diretamente em contato com a senadora se achar conveniente.

Campos também comentou sobre a necessidade de conquistar os eleitores que votaram em Marina. Para o governador, ela tem mais afinidade com o PT do que com o PSDB.

"O Brasil demonstrou que quer uma mulher presidente. Cerca de 70% dos brasileiros já votaram nas mulheres, nesse campo de valores que representa Dilma e Marina. O eleitorado da Marina tem muito mais identidade com a nossa história", afirmou. Campos afirmou que o governo vai procurar Marina e os eleitores dela para discutir propostas.

O governador fez uma "mea culpa" em nome da base aliada pelo fato de a candidata petista não ter obtido vitória no primeiro turno, possibilidade apontada por pesquisas de intenção de voto realizadas antes da eleição de domingo (3). No entanto, ele acusou a oposição de promover uma campanha "fascista" contra Dilma, o que também prejudicou, segundo ele, uma eventual eleição imediata da petista.

"Todas as vezes que a gente estuda e vai fazer uma prova a gente quer tirar dez. Quando a gente tira nove, a gente estuda para na próxima vez tirar dez. O que há de fundamental nisso é que eu acho que muitos eleitores começaram a conhecer a ministra Dilma a partir do início da campanha. Nos últimos dez dias, podem ter acontecido erros nossos também. Temos que ter humildade de, quando errar, reconhecer. Nós fomos vítimas de uma campanha que lembra o século 19, de calúnias. Isso tudo fez com que o eleitorado que já estava nos apoiando desse um passo atrás", disse.

Dilma obteve 46,9% dos votos contra 32,6% de Jose Serra. Para ganhar em primeiro turno é preciso ter 50% dos votos mais um.

Com relação à participação de Lula na reta final de campanha, Campos afirmou que o presidente vai se dedicar como fez no primeiro turno.

"A participação do presidente no segundo turno se dará na mesma proporção que no primeiro turno. O presidente tem suas atividades e vai fazer comícios nos finais de semana, de noite, feriados", disse. "Esperamos Lula no segundo turno. Um Lula muito paz e amor e vitória", afirmou.

O governador reeleito Cid Gomes (PSB) falou sobre a possíbilidade de o presidente Lula pedir licença do cargo para atuar mais ainda na campanha de Dilma Rousseff.

"A liderança que ele [Lula] tem pode ampliar ainda mais a maioria que a Dilma já teve, mas ele vai fazer isso sem tirar licença. Ele vai fazer campanha, vai trabalhar, mas sem tirar licença", disse o governador.

Cabo eleitoral

Ao sair da reunião, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) disse que se dedicaria "100%" à campanha de Dilma. "Serei cabo eleitoral", afirmou.

Ele disse que atuará, principalmente, no Ceará, mas que estará disponível para atividades políticas em todo o país.

Ciro Gomes disse acreditar que Marina Silva permanecerá neutra no segundo turno das eleições.

"Eu dou um palpite, sem nada a ver com a coordenação da Dilma: eu acho que a Marina vai se afirmar neutra, porque ela é muito digna. Ela não vai apoiar uma aliança PSDB-DEM, a Marina tem história, vamos devagar com o andor. Agora, ela também está preocupada, com muita razão, com as concessões que o PT andou fazendo", declarou Ciro Gomes.

Sobre o adversário de Dilma, ele disse: "Todo mundo sabe que o Serra é do mal, e eu mais do que ninguém".

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