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São Paulo - Centrais sindicais, entidades de militância pró-governo, representantes de partidos políticos e jornalistas fizeram manifestação ontem à noite de "resistência às ações eleitorais" que consideram estar sendo promovidas por veículos de imprensa.

O evento, na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, reuniu cerca de 300 pessoas no auditório e outras 200 do lado de fora, segundo os organizadores.

O jornalista Altamiro Borges, do Centro de Mídia Independente, leu um manifesto em que afirmou que o ato não tinha como objetivo atacar a mídia, mas criticar os veículos que estariam praticando "golpismo midiático".

O manifesto defende uma investigação dos contratos de publicidade de grandes empresas como a Editora Abril, a Folha de S.Paulo e o jornal O Estado de S. Paulo e pede que essa apuração seja feita pela vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau.

Borges afirmou que é preciso defender uma "ficha limpa" da mídia.

O jornalista sugeriu que seja desencadeada uma campanha de solidariedade à revista Carta Capital, considerada simpática ao governo Lula. A revista estaria, segundo ele, sofrendo uma "pressão indevida".

Os manifestantes defenderam ainda uma campanha para promover a assinatura dos veículos de mídia que intitulam de "progressistas".

Participaram do ato centrais sindicais, membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da União Nacional dos Estudantes (UNE), além de representantes de partidos como PT, PCdoB, PDT e PSB.

Também estavam presentes o jornalista Luiz Carlos Azenha, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), o vereador Jamil Murad (PCdoB) e o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo.

Tentativa de controle

No Rio de Janeiro, cerca de 300 pessoas, na sua maioria oficiais da reserva das Forças Armadas, aplaudiram críticas duras ao que consideram ser tentativas de controle da mídia e da cultura e de aparelhamento estatal, em debate promovido ontem pelo Clube Militar para analisar "riscos à liberdade de imprensa e à democracia". Em frente do Clube Militar, manifestantes pró-governo fizeram um protesto.

Participaram do encontro o diretor de Assuntos Legais da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Ro­­­dolfo Machado Moura, e os jornalistas Merval Pereira (O Globo) e Reinaldo Azevedo (Veja).

Para o presidente do Clube Militar, general Renato César Tibau da Costa, o resultado do encontro "foi muito positivo". "São fatores preocupantes. Concordo com o que os palestrantes falaram. Pode ser um perigo à democracia essa restrição à liberdade de expressão", declarou.

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