Camilo Capiberibe (PSB), 38 anos, foi eleito governador do Amapá neste domingo (31). Com 94,5% das urnas apuradas, o deputado estadual pelo PSB somava 53,64% dos votos válidos, cenário em que não podia mais ser ultrapassado pelo rival Lucas Barreto (PTB).

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Capiberibe foi beneficiado pela crise política desencadeada pela Operação Mãos Limpas da Polícia Federal, que investiga desvio de recursos públicos do estado e da União. A ação prendeu em setembro o ex-governador Waldez Góes (PDT), que perdeu disputa ao Senado, o governador Pedro Paulo Dias (PP), que não conseguiu a reeleição, e mais 16 pessoas.

Filho do ex-governador João Capiberibe (PSB, 1995-2002), ele focou a campanha no discurso sobre ética e mudança. Utilizou imagens da operação em sua propaganda na TV e procurou associar o rival ao ex-governador Góes, que declarou voto em Barreto.

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Durante a campanha, foi alvo de ataques pelo fato de sua mãe, Janete, candidata a deputada federal, e de seu pai, que disputou o Senado, estarem com as candidaturas suspensas após terem sido barrados pelo Tribunal Superior eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa.

O primeiro turno na eleição para o governo do Amapá foi um dos mais acirrados neste ano no país. Barreto venceu com 96.165 votos (28,93% dos votos válidos), contra 95.328 votos (28,68%) de Capiberibe.

O governador eleito nasceu em Santiago, no Chile, quando os pais João e Janete Capiberibe viviam no exílio. É brasileiro nato, casado e tem dois filhos. Formou-se em direito e estudou ciência política no Canadá. Militou no movimento estudantil e é deputado estadual desde 2006. Declarou à Justiça Eleitoral ter um patrimônio de R$ 93 mil.

Em sua campanha, defendeu propostas como levar banda larga às escolas e ceder um notebook para cada professor da rede pública. Prometeu priorizar o comércio local nas compras do governo e fazer o Amapá acompanhar o ritmo de crescimento da economia nacional.

Eleito por uma coligação entre PSB e PT, Camilo recebeu no segundo turno o apoio do PV, do PPS e do PRB no estado. O PSDB do presidente da Assembléia Legislativa Jorge Amanajás, político citado na investigação da PF e terceiro colocado no primeiro turno, declarou-se neutro na disputa.

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Campanha tensa no segundo turnoA temperatura da disputa subiu no segundo turno no estado. Um militante do PTB de Lucas Barreto foi baleado na madrugada do sábado (23) em frente à sede do PSB em Macapá. O PSB negou participação.

Debates entre os candidatos foram marcados por troca de acusações. No programa da última quinta-feira (28), Capiberibe destacou o apoio de Góes e do senador José Sarney (PMDB-AP) a Barreto. O petebista disse que não recusaria apoio voluntário de Góes e negou que Sarney tenha candidato no estado, mas afirmou que, se eleito, irá trabalhar com o senador.