A prestação de contas final da campanha do governador eleito do Paraná, Beto Richa (PSDB), mostra que seu comitê arrecadou R$ 23.718.112,01 milhões em doações. Entre os maiores doadores estão empreiteiras e instituições bancárias. As despesas somaram R$ 23.711.207,11 sobrando R$ 6,9 mil. A estimativa máxima de gastos para a campanha inicialmente declarada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) era de R$ 27 milhões. "A estimativa não é uma meta, é um limite. Receitas e despesas ficaram dentro de nossa expectativa", afirmou em nota o ex-governador João Elísio Ferraz de Campos, coordenador-geral da campanha.
A prestação de contas do tucano foi entregue na segunda-feira ao TRE e já está disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até o fechamento desta edição às 22h36, a prestação de contas do candidato derrotado ao governo do Paraná Osmar Dias (PDT) ainda não estava disponível no site do tribunal. A Gazeta do Povo procurou a assessoria jurídica e de imprensa do pedetista, mas ninguém soube informar o valor arrecado e gasto na campanha de Osmar.
O TSE informou ontem que mais da metade das prestações de contas aguardadas estava disponível no site do tribunal. O prazo para a entrega das prestações de contas dos candidatos que concorreram apenas no 1.º turno terminou ontem. Para aqueles que disputaram também o 2.º turno, o prazo vai até o fim deste mês como é o caso da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), e do candidato derrotado José Serra (PSDB).
Doadores
A maior doadora da campanha de Richa é a empreiteira Camargo Corrêa, que repassou R$ 1,5 milhão. A empreiteira mantém contratos com a prefeitura da capital a empresa Cavo, que pertence ao grupo, é contratada pela administração municipal para recolher os resíduos de Curitiba. A empreiteira participou da construção da Linha Verde, uma das principais obras da gestão de Richa na prefeitura de Curitiba, e pode assumir a gestão do novo consórcio do lixo em Curitiba e região metropolitana.
Em 2009, a Camargo Corrêa foi alvo de uma operação da Polícia Federal batizada como Castelo de Areia. A empreiteira foi acusada na época de supostos crimes financeiros envolvendo doações para partidos políticos. A construtora não doou apenas para Beto Richa. De acordo com informações do TSE, a empreiteira repassou cerca de R$ 30 milhões em forma de doações para campanhas por todo o Brasil. No Paraná, a empreiteira também foi a maior doadora da campanha da senadora eleita Gleisi Hoffmann (PT), por exemplo.
A segunda maior doadora de Beto Richa é uma empresa de Curitiba, com sede no bairro Mossunguê. A Supermax Brasil Importadora S/A doou R$ 1 milhão para a campanha do tucano. A principal atividade desta empresa é o comércio atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico, hospitalar e de laboratórios. A Supermax Brasil ainda doou outros R$ 70 mil R$ 50 mil para o deputado estadual reeleito Alexandre Curi (PMDB), R$ 10 mil foram para a campanha de Sabino Picolo para deputado estadual e outros R$ 10 mil para Stephanes Júnior (PMDB).
Em 2007, a Supermax foi alvo de denúncias envolvendo o então candidato a deputado federal Reinhold Stephanes, que tinha recém-assumido o Ministério da Agricultura. O peemedebista, pai do deputado Stephanes Júnior, recebeu em 2006 doações de R$ 115 mil da empresa. Na época, o ministro foi acusado de fazer lobby em favor da Supermax, que estava proibida pela Anvisa de comercializar seus produtos.
A empresa Romani S/A Indústria e Comércio de Sal responsável pela fabricação do sal Diana aparece como a terceira maior doadora da campanha tucana. Em três transferências eletrônicas, a empresa doou R$ 780 mil para Beto Richa. Os bancos Itaú e BMG também doaram dinheiro. O Itaú repassou R$ 520 mil e o BMG cerca de R$ 500 mil mesmo valor doado pela Companhia Metalúrgica Prada.
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