O candidato Beto Richa (PSDB) apresenta uma vantagem mínima de intenção de votos sobre o opositor Osmar Dias (PDT) na disputa pelo governo do Paraná. Esse é o resultado do primeiro levantamento realizado após o início oficial da campanha, em 6 de julho, e divulgado ontem. De acordo com a pesquisa Datafolha/RPC, Beto tem 43% da intenções de voto. Com a margem de erro, oscila entre 40% e 46%. Já Osmar tem 38% das intenções. Com a margem de erro, pode ter entre 35% e 41%. Se aplicada a margem de erro de três pontos porcentuais, os dois estão tecnicamente empatados. O candidato do PV, Paulo Salamuni, atingiu 1% das intenções. Já os candidatos Amadeu Felipe (PCB), Luiz Felipe Bergmann (PSOL), Avanilson Araújo (PSTU) e Robinson Luiz Cordeiro de Paula (PRTB) não atingiram 1% das intenções de voto. Votos brancos e nulos somam 3% e outros 14% dos entrevistados estão indecisos.
Disputa apertada
Para especialistas, os números mostram que essa será uma campanha acirrada entre Beto e Osmar. O diretor do instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, diz que o tom da campanha começa a mudar com a divulgação da pesquisa. Segundo ele, esta será uma "uma campanha de esforço total em que ninguém pode errar". "Não acredito em eleição folgada para nenhum dos lados", aponta. De acordo com Hidalgo, a eleição atual é diferente da de 2006, quando havia mais candidatos expressivos, como Osmar Dias (PDT), Roberto Requião (PMDB), Flávio Arns (PT) e Rubens Bueno (PPS). Para ele, a disputa atual "tem tudo para ser decidida no primeiro turno".
A cientista política Maria Lúcia Victor Barbosa, professora aposentada pela Universidade Estadual de Londrina, analisa que é cedo para falar em resultados. "Acho que quando entrar a televisão e os programas eleitorais gratuitos, isso vai ter uma definição mais clara pela força da televisão." Segundo ela, outro fator que irá pesar é a definição em nível federal: o candidato José Serra (PSDB) na liderança poderia puxar votos para Beto Richa. Para a professora, a pesquisa retrata um momento e pode mudar.
Alterações foram verificadas na última eleição ao governo do estado. A primeira sondagem, feita pelo Ibope e publicada em 7 de agosto de 2006, apontou que, se fossem considerados apenas os votos válidos, em tese o então candidato Requião poderia ser reeleito já no primeiro turno, com 52% das intenções de voto. Não foi o que aconteceu nas urnas. A eleição de 2006 foi decidida apenas no segundo turno, em uma disputa apertada entre Requião e Osmar Dias. Deu Requião, mas com uma diferença mínima de 10.479 votos.
Repercussão
Os candidatos receberam os números com otimismo e cautela.
Richa disse que recebeu bem a pesquisa e que está "bastante confiante" e "trabalhando muito". "[O Osmar] é mais conhecido no Paraná. Estar na frente dele é algo que nos motiva bastante", afirmou Beto. Para ele, a liderança é sinal de que as pessoas estão querendo uma "renovação política" no estado, que ele promete fazer com "respeito, modernidade de profissionalismo de uma administração".
Osmar Dias, que tem o apoio do atual governo, não quis comentar os números da pesquisa. Segundo o vice de Osmar, Rodrigo Rocha Loures, a pesquisa foi recebida com alegria porque os dois estão em campanha há "praticamente 15 dias". Rocha Loures disse que, enquanto isso, o principal adversário, no caso Beto Richa, "está em campanha há quase um ano". O vice disse ainda que a largada da campanha será dada no dia 31 deste mês, quando o presidente Lula, que apoia o pedetista, virá ao estado.
Metodologia
A pesquisa encomendada pela Rede Paranaense de Comunicação (RPC) ao instituto Datafolha foi realizada entre os dias 20 e 23 de julho. Foram ouvidas 1.225 pessoas. A margem de erro é de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) com o número 20.158/2010.
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