Palácio Iguaçu
Pessuti quer governo em 2014
O governador Orlando Pessuti (PMDB), que já foi cotado para disputar a prefeitura de Curitiba em 2012, nega que esse seja seu projeto pessoal. Segundo ele, a próxima eleição que irá disputar será para o governo do estado, daqui a quatro anos. "O projeto eleitoral do Pessuti é o governo do estado em 2014", disse, falando sobre si mesmo na terceira pessoa.
Segundo o governador, a disputa de 2012 não está nos seus planos. Ele acredita que o PMDB deverá ter candidato em Curitiba, assim como em todos os 399 municípios do Paraná. Para isso, cogita até mesmo buscar gente nova "de fora do PMDB", se for o caso. Ele não diz quais seriam esses nomes, no entanto. "Ainda não conversei com ninguém", explica.
Antes de pensar na própria eleição, porém, Pessuti diz que vai se dedicar a três objetivos. Primeiro, nas próximas semanas, apoiar a candidatura de Dilma Rousseff (PT) e de Michel Temer (PMDB) à Presidência. Depois, em novembro e dezembro, concluir o mandato de governador. E, a partir de janeiro, se dedicar a reestruturar o PMDB no Paraná. O que poderia passar por tentar ocupar a presidência do diretório estadual depois do fim do mandato de Waldyr Pugliesi. (RWG)
No mundo da política profissional, o resultado de uma eleição não determina apenas quem vai ocupar cada cargo: define também quais são as candidaturas possíveis para as próximas eleições. Assim, quem saiu fortalecido das urnas no dia 3 já vai pensando na disputa na corrida pelas prefeituras em 2012 os próximos mandatos que estarão em disputa no país.
Em Curitiba, já se sabe, mesmo com dois anos de antecedência, quem são os possíveis candidatos que disputarão a eleição. Alguns negam por enquanto o interesse, enquanto outros desde já admitem que estão "à disposição" de seus partidos. E usarão os próximos 18 meses para consolidar suas candidaturas até as convenções.
O primeiro e mais óbvio candidato é o atual prefeito, Luciano Ducci (PSB). Vice de Beto Richa (PSDB), herdou o cargo com a saída do titular. Tem mandato até 2012 e possibilidade de disputar a reeleição. Por enquanto, o prefeito fala apenas que é muito cedo para pensar no assunto.
A dúvida, caso Ducci saia candidato, como se imagina, é saber se ele conseguirá reunir ao seu lado toda a coligação que apoiou Richa. Se tiver, eliminará boa parte dos outros pré-candidatos antes mesmo de começar a campanha. Caso contrário, se for apenas com seu partido, fica um candidato bem mais fraco e abre chance para outros concorrentes. Quem decidirá isso, em grande medida, é o próprio Richa, que tem na mão não só o governo do estado a partir de janeiro , como o PSDB.
Aliados
Se o PSDB apoiar Ducci em seu projeto, quem fica sem legenda para disputar o cargo é o deputado federal tucano Gustavo Fruet. Em teoria, a eleição deste ano fortaleceu o deputado em Curitiba. Embora não tenha conseguido o mandato de senador, foi o candidato com maior votação na capital. Fez 646 mil votos, o que seria uma votação suficiente para eleger um prefeito.
O deputado concorda que a situação de Ducci é o primeiro fator a ser considerado. E diz não saber qual será a sua situação na disputa. "Ainda tem que ver muita coisa. Mas se o PSDB tem o governador e pode ter o presidente, tem que analisar se faria sentido ficar sem candidato [a prefeito]", afirma.
Fruet já tentou ser candidato a prefeito duas vezes. Em 2000, ainda no PMDB, perdeu a convenção municipal para Maurício Requião. Em 2004, o partido preferiu apoiar Angelo Vanhoni, do PT, o que levou inclusive Fruet a trocar o partido pelo PSDB.
Outro que atualmente faz parte do grupo de Richa e que poderia ter candidato próprio à prefeitura é o PPS. Em 2004, o candidato do partido, Rubens Bueno, fez 20% dos votos válidos, ficando em terceiro lugar (atrás de Richa e Vanhoni).
Para Bueno, que é presidente estadual do PPS, a atual aliança com Richa e Ducci não deve ser um empecilho caso o partido decida lançar candidato próprio. "Nosso compromisso é até 2012", diz. Além dele próprio, Bueno diz que sua filha, a vereadora por Curitiba Renata Bueno, o veredor Zé Maria e o presidente da Urbs, Marcos Ísfer, poderiam concorrer.
PT e PMDB
A outra possível aliança que pode disputar a eleição contra o grupo de Richa e Ducci é a formada por PT e PMDB. Quem parecia despontar como "candidata natural" do grupo é a senadora eleita Gleisi Hoffmann (PT), que fez 3,2 milhões de votos em 3 de outubro. No entanto, ela diz que não será candidata em nenhuma hipótese. "O povo do Paraná me elegeu senadora. Não faria sentido disputar a prefeitura", afirma. Gleisi diz que pode até vir a disputar outras eleições durante seu mandato de oito anos no Senado, mas que não seria o caso em 2012.
Gleisi cita como possíveis candidatos do partido os deputados federais Dr. Rosinha e Angelo Vanhoni, além do deputado estadual Tadeu Veneri. Rosinha, que já disputou a prefeitura em 1992, se põe como candidato desde já. Vanhoni diz que é cedo, mas afirma que "seria uma honra" ser cotado para administrar uma prefeitura como a de Curitiba.
Osmar
Todos os partidos envolvidos deixam claro que a coligação que apoiou Osmar Dias não permanecerá necessariamente unida em 2012. No entanto, essa parece ser uma possibilidade, até porque PDT e PMDB não parecem ter um candidato claro neste momento. Dois possíveis nomes pedetistas, Luiz Carlos Martins e Wilson Picler, não renovaram seus mandatos de deputado. Os peemedebistas enfrentam problema semelhante. Três de seus políticos com base em Curitiba ficaram sem mandato: Rafael Greca, Marcelo Almeida e Rodrigo Rocha Loures.
Do grupo que se aliou a Osmar na disputa estadual, a única legenda que parece ter um candidato desde já é o PSC, que deve lançar Ratinho Júnior na disputa. O deputado federal foi o mais votado da história no estado, com 358 mil votos. Desses, fez 98 mil só em Curitiba. Embora nunca tenha escondido que seu plano é chegar a cargos majoritários, Ratinho usa o discurso de que "é cedo" para saber se será candidato em 2012.
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