DEM acusa o PT de querer “desconstruir” a família

Rio de Janeiro - A campanha de José Serra (PSDB) à Presidência da República começou a delinear ontem uma estratégia de contra-ataque à declaração de Dilma Rousseff (PT) de que não irá legalizar o aborto e a união civil entre homossexuais, além de garantir as liberdades democráticas. Coube ontem ao DEM, partido do vice de Serra, Indio da Costa, a tarefa de desconstruir o discurso do PT, ao acusar os petistas de ameaçar a democracia e tentar "desconstruir a família".

Em reunião com 500 líderes políticos e comunitários organizada por Indio da Costa (DEM), o deputado reeleito Arolde de Oliveira (DEM) fez ataques de cunho religioso e político a Dilma Rousseff. O ponto central do discurso foi a terceira versão do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), encaminhado ao Congresso pelo governo federal.

"Os projetos do PNDH-3 agridem a liberdade democrática, desconstroem as instituições brasileiras e, principalmente, agridem e desmontam os princípios cristãos sobre os quais o Brasil, desde o Des­­cobrimento, tem montado suas tradições", afirmou o deputado. "Eles querem fazer a ditadura do Estado. Massacrar, desconstruir a família."

O deputado afirmou ainda que o presidente Lula só não mudou a Constituição, para supostamente aprovar projetos autoritários, porque não teve maioria necessária de dois terços da Câmara e do Senado. Mas ele lembrou que, nas eleições de 3 de outubro, os governistas atingiram essa proporção de deputados e senadores.

"O PT não assinou a­ Cons­­tituição. Agora eles fizeram maioria constitucional na Câmara e no Senado para fazer qualquer coisa. Ela [Dilma] poderá dizer que a Constituição será ela. A nação vai ficar à mercê da cabeça desta senhora. Vamos ter que pedir a Deus que nos salve das garras dos marxistas", discursou Arolde. "Vamos divulgar, colar o PNDH-3 como programa de governo da candidata", conclamou o parlamentar do DEM.

Indio da Costa concordou com Arolde. "O PNDH-3 acaba com a liberdade de imprensa neste país e contribui para o Brasil virar Venezuela, o que nós não queremos", disse o candidato a vice.