A candidata do PT Dilma Rousseff disse neste domingo (8) que a campanha dela à Presidência da República não tem "nenhuma vinculação" com a Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil).
A petista deu a declaração após ter sido questionada sobre reportagem publicada na edição deste final de semana da revista "Veja", na qual um ex-diretor do fundo de pensão classifica a Previ como "braço partidário" e "fábrica de dossiês" contra adversários do PT.
"Não acredito que tenha algo a ver isso com a minha campanha. Primeiro, que isso de alguém acusar alguém tem de ser provado. Mas, de qualquer jeito, não tenho - e a minha campanha não tem - nenhuma vinculação com a Previ", declarou Dilma durante evento de campanha em Ceilândia, cidade-satélite a 26 km de Brasília.
Em entrevista publicada pela revista "Veja", Gerardo Xavier Santiago, gerente-executivo da Previ entre 2003 e 2007, diz ter recebido ordens do ex-presidente da Previ Sérgio Rosa para produzir dossiês contra rivais do PT. "Eu conheço ele [Rosa] razoavelmente", afirmou Dilma ao ser perguntada sobre o ex-presidente do fundo de pensão. Segundo ela, "é uma pessoa de respeito".
A candidata pediu que a imprensa também investigue governos anteriores ao do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "É interessante porque também é possível que a imprensa levante tudo o que aconteceu em governos anteriores. Por exemplo, todos os grampos que ocorreram durante a privatização", declarou. Ela questionou se - caso isso aconteça - será feita vinculação com a campanha do adversário José Serra, candidato a presidente pelo PSDB.
"Elas [as eventuais denúncias] atingirão por acaso o candidato da oposição, José Serra? Se for fazer vinculação com denúncias de pessoas que integram o governo, tem de fazer com todos, não só com o meu. Porque essa tentativa me parece muito eleitoreira, muito oportunismo", reclamou.
A petista comentou ainda sobre um suposto vídeo - também objeto de reportagem da revista "Veja" nesta semana - em que o ex-governador Joaquim Roriz, candidato ao governo do Distrito Federal pelo PSC, teria sido flagrado efetuando pagamento para um "laranja" de suposta propina no valor de R$ 10 mil. A assessoria de Roriz nega que se tratasse de propina.
"Acho que tem provas materiais muito fortes nesse caso. Acho que a população do Distrito Federal vai se beneficiar pelo fato de poder escolher entre candidatos que nao têm esse problema", declarou Dilma Rousseff, que na caminhada em Ceilândia estava ao lado de Agnelo Queiroz, candidato do PT ao governo do Distrito Federal e adversário de Roriz na disputa.
O evento de Dilma em Ceilândia foi definido na noite de sábado não estava na agenda prévia da candidata. Ela ficou durante cerca de 40 minutos na Feira da Guariroba, na cidade-satélite. Na tarde deste domingo, Dilma vai se dedicar a reuniões internas em Brasília.