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A candidata a presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, assumiu dois compromissos nesta quarta-feira (13) ao visitar o Centro Estadual Integrado de Reabilitação (CEIR), em Teresina, capital do Piauí. O primeiro é assumir um projeto em prol da inclusão social, da educação e da reabilitação de deficientes. O segundo é não encaminhar ao Congresso Nacional nenhum projeto que envolva religião ou casamento entre homossexuais.

Durante o comentário, um repórter perguntou se a candidata era homossexual, o que a deixou indignada. Ela lamentou que tenham espalhado histórias e panfletos contra ela, sua campanha e seu partido. "Isso não contribui em nada para o desenvolvimento do País", criticou.

Dilma disse que o CEIR pode ser copiado para outras regiões brasileiras. Consiste em um centro que tem educação especial e reabilitação. "Essa é uma prova do que se pode fazer pelos deficientes do nosso País. A reabilitação é uma questão importantíssima, é questão de inserção social e comunitária garantindo uma vida plena para o deficiente", disse.

"Nosso compromisso é dar condições para que o deficiente não seja discriminado, garantindo saúde, educação e reabilitação para todos", afirmou ela, ao chegar ao local acompanhada de comitiva que incluía o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), o deputado federal José Eduardo Cardozo (PT) e o governador do Piauí, Wilson Martins (PSB).

A candidata informou que na reunião com evangélicos em Brasília assumiu o compromisso de não mandar nenhuma legislação que afetasse qualquer lei que tenha impacto sobre religião. "Não vamos enviar nenhuma lei deste tipo ao Congresso, com relação a lei de aborto e outras. Ficamos de discutir os termos de uma carta compromisso. Agora, o grande compromisso que assumo é que o Estado é laico e não vai interferir em questão religiosa. O Estado não será de uma religião."

Dilma frisou que a união civil entre homossexuais não é questão relativa à religião. O casamento entre pessoas do mesmo sexo diz respeito às igrejas. Já a união estável é uma questão de Direito Civil, explicou. Um repórter perguntou se Dilma era homossexual. "Meu querido, eu não vou responder a isso. Não vou responder. Tenho uma filha e sou avó, pelo amor de Deus. Não vou discutir nesse nível. Me desculpa, mas esse tipo de discussão eu não vou ter aqui", respondeu, indignada.

Manifestos

Sobre a distribuição de manifestos pela Igreja em São Paulo, Dilma disse que tomou conhecimento. "Sei que têm manifestos e posicionamentos absolutamente equivocados a respeito da minha pessoa, da minha campanha e do meu partido. Acredito que isso não contribui para o meu País. Se basear em preconceitos, ou difundir inverdades para ganhar eleição é um método justo, o nosso País está voltando para trás", afirmou.

"É inadmissível que se aceite como padrão de discussão, numa campanha eleitoral para presidente da República, que a temática seja o preconceito. A temática não pode ser o preconceito. A temática religiosa pode até ser desenvolvida, para o Estado tem que ser laico", disse a petista.

"O preconceito contra o homossexual, temos que condenar. A parte relativa a criminalizar as igrejas, quando dentro delas existe manifestação que elas não aceitam, isso é um absurdo. Criminalizar é um excesso. Tem que ter equilíbrio. Não podemos exigir que as igrejas aceitem com aquilo que elas não concordam. A lei pune a discriminação e o preconceito. Tem uma parte da lei que está errada, porque torna crime o que não deve ser crime", assinalou a candidata.

Agressividade

Dilma afirmou que a campanha não está mais agressiva. "A campanha não é mais agressiva, temos apenas dois candidatos. É impossível que não haja um conflito de posições. Vamos debater. É para isso que serve o segundo turno. Acho que a palavra não é 'agressiva'", finalizou.

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