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A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, acusou neste domingo a alegada "central de boatos" contra sua campanha pela realização de panfletos que recomendavam voto contrário à ela.

Segundo o PT, 18 milhões de impressos contrários a Dilma - e assinados por uma regional da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil - foram recolhidos em São Paulo. De acordo com o partido, os panfletos pediam "que nas próximas eleições os eleitores deem seus votos somente a candidatos ou candidatas de partidos contrários à descriminalização do aborto".

"Eu não sei direito quem é que mandou fazer panfleto. É crime eleitoral. Eu acho que tem uma central de boatos fazendo essa espécie de ofensiva contra a minha candidatura que é nitidamente ilegal, são crimes eleitorais que merecem ser investigados", disse Dilma a jornalistas após visita ao Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.

Nas últimas semanas, o debate presidencial foi tomado por questões religiosas, especialmente em relação ao aborto. Analistas acreditam que a perda de votos nesse grupo tirou da candidata do PT a vitória no primeiro turno.

Antes da campanha eleitoral, a petista chegou a afirmar ser favorável à descriminalização do aborto, mas, depois, voltou atrás. O tema ganhou destaque na reta final da campanha do primeiro turno, com líderes religiosos pregando abertamente contra o voto nos candidatos do PT.

Na sexta-feira, Dilma divulgou carta aos religiosos com compromissos, entre os quais, não propor alterações na legislação do aborto e outros temas relacionados à família e à liberdade religiosa.

A petista tem acusado a existência de uma "central de boatos" contra sua campanha, que seria dirigida pela coalizão do candidato da oposição José Serra (PSDB).

"É estranho, porque... nós sabemos a quem beneficia, beneficia o meu adversário. Agora, se foi ele ou não que fez (os panfletos), resta a ser provado", comentou Dilma.

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