Confiante de que ganhará a eleição, a candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) planeja adotar um modelo de governança que inclui seleto grupo de conselheiros no Palácio do Planalto. A ideia guarda semelhança com o núcleo de assessores especiais da Casa Branca, sede do governo norte-americano, mas enfrenta resistência de ministros, que temem sobreposição de funções.
O projeto de Dilma é escalar um time de auxiliares em áreas estratégicas, como Economia, Assuntos Internacionais, Meio Ambiente, Minas e Energia, Comunicações, Justiça e Segurança Nacional. Os conselheiros se reportariam diretamente a ela e teriam assento no primeiro escalão. Trata-se, na prática, de uma estrutura de apoio ao gabinete da Presidência da República.
A petista já conversou sobre o assunto com interlocutores de sua confiança, mas baixou a lei do silêncio. "Existem muitas especulações nessa época de campanha", diz a candidata do PT, em resposta padrão para conter os vazamentos. "Não vou pôr a carroça na frente dos bois."
No domingo (22), por exemplo, depois que o jornal O Estado de S. Paulo revelou a voracidade do PMDB para dividir o poder com o PT "meio a meio", Dilma não escondeu a contrariedade. Irritada, pediu ao presidente do PMDB, Michel Temer (SP) - vice em sua chapa - que desmentisse a informação.
O plano de montar um staff especial traz como pano de fundo a blindagem de Dilma. Embora diga que os cargos da Esplanada não podem ser preenchidos apenas por técnicos, a ex-ministra da Casa Civil já começa a se precaver contra o loteamento político. É uma forma de driblar a "porteira fechada" nos ministérios, cobiçada tanto pelo PMDB como por outros aliados.
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