O vice-presidente da República eleito, Michel Temer (PMDB), disse nesta quarta-feira (3) que a composição de ministérios e estatais ainda não foi tratada com a presidente eleita Dilma Rousseff na reunião entre os dois durante esta manhã, em Brasília.
Após a reunião com Temer, a presidente eleita seguiu para um encontro com o presidente Lula no Palácio do Planalto. Dilma tem viagem programada para o fim da manhã, mas o destino não foi divulgado.
Questionado se o PMDB vai lutar para manter a mesma composição de ministérios e estatais, Temer desconversou. "Não vamos nem tocar nesse assunto agora. Toda vez que se toca nesse assunto se tem a impressão de que o PMDB quer. Falo aqui mais como vice-presidente, portanto como membro do governo, do que como presidente do PMDB", disse.
Michel Temer chegou às 8h10 desta quarta na residência de Dilma em Brasília, para reunião sobre a coordenação da equipe de transição. Ao chegar, ele não falou com a imprensa.
Na noite anterior, em jantar realizado na residência de Temer, ele e José Eduardo Dutra começaram a traçar as estratégias para a transição de governo. Temer e Dutra estão na coordenação da equipe escolhida por Dilma na tarde desta terça-feira. Além dos dois, também têm papel de coordenadores os deputados federais Antonio Palocci (PT-SP) e José Eduardo Cardozo (PT-SP).
Na ocasião, ele comentou a composição da presidência da Câmara dos deputados e a relação entre PT e PMDB. "A ideia é que eu e o presidente Dutra possamos firmar um protocolo pelo qual se estabelece este rodízio [na Câmara]. Agora, quem ocupará o primeiro biênio? Quem ocupará o segundo? É para um segundo momento. Não será tratado neste momento. A ideia é fechar esse acordo para que nós possamos ter um governo tranquilo. Ninguém vai criar dificuldades e nenhuma intriga será feita entre PT e PMDB", afirmou Temer.
Segundo reportagem publicada nesta terça pelo jornal "O Estado de S. Paulo", integrantes do PMDB teriam ficado insatisfeitos com a atitude de Dilma Rousseff. No dia anterior, a presidente eleita chamou somente petistas para tomar as primeiras providências no processo de transição de governo.