Ao participar nesta sexta-feira (3) de uma sabatina com alunos de 14 a 17 anos de escolas particulares de todo país, a candidata à Presidência da República pelo Partido Verde, Marina Silva, disse que é contra à redução da maioridade penal para 16 anos. Para a candidata, isso não resolverá os problemas da delinquência juvenil.
"Eu não acho que essa seja a melhor forma de resolver os problemas que nós estamos enfrentando no meio juvenil. São situações dramáticas [os crimes cometidos por adolescentes], mas elas não serão resolvidas enchendo as nossas cadeias de jovens que não saem de lá restaurados, pelo contrário, é lá que eles se degradam cada vez mais", disse.
Marina Silva entende que a solução para o problema da violência juvenil está na igualdade de oportunidades para os jovens, especialmente na educação.
"Isso se consegue com educação de qualidade, com ensino profissionalizante para que eles tenham acesso ao primeiro emprego. Com a valorização da educação infantil, para que as crianças sejam estimuladas no tempo certo. E com um ensino fundamental de qualidade, para que os jovens aprendam as coisas certas no tempo certo. E que a gente possa ter uma universidade que forme adequadamente o cidadão, principalmente os professores. É dessa maneira que a gente deve agir para que os jovens não sejam tragados pela violência", afirmou.
Ao responder a pergunta de um estudante sobre a questão das cotas raciais, a candidata do Partido Verde defendeu que elas sejam utilizadas para garantir igualdades de oportunidades para negros e índios no Brasil. Marina explicou que a história do Brasil mostra que há diferenças de acesso à bens e serviços como a educação, mesmo entre os pobres.
"Essas pessoas têm menos oportunidades que outras, mesmo que sejam pobres. É o que chamamos de excluídos entre os excluídos", disse. Mas, segundo Marina Silva, essa situação não pode ser "cristalizada" e se tornar permanente, para evitar a criação de "guetos raciais" no Brasil. Para a candidata, as cotas devem ser utilizadas de maneira transitória, até que elas tenham promovido um sistema mais igualitário na sociedade.
Ela respondeu, também, perguntas sobre o combate ao crack e disse que escolas e centros comunitários devem se juntar ao governo para tratar os dependentes químicos. "Essas pessoas não podem ser tratadas como um caso de polícia, precisam ser tratadas como doentes", afirmou.
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