Os gerentes e estrategistas de campanha com frequência recebem crédito pela vitória eleitoral de seus candidatos políticos, mas stylists e consultores de imagem deveriam ser os elogiados, segundo uma nova pesquisa.
Um estudo feito por cientistas políticos do Instituto Massachusetts de Tecnologia (MIT) revela que a boa aparência aumenta as chances de um candidato em eleições nos Estados Unidos e outros países.
"O estudo sugere que os eleitores talvez sejam mais superficiais do que gostaríamos que fossem e que sua superficialidade é algo comum a muitas culturas", disse o professor associado do MIT Gabriel Lenz, co-autor do estudo.
Os pesquisadores pediram a eleitores dos Estados Unidos e Índia que olhassem fotos de 122 pares de candidatos do Brasil e México e escolhessem quais deles seriam os melhores ocupantes de cargos públicos eleitos.
Sem levar em conta a geografia e as filiações políticas, a maioria dos eleitores optou pelo mesmo candidato. Com base no estudo, os pesquisadores puderam prever resultados eleitorais reais em 68 por cento das eleições mexicanas e 75 por cento das eleições brasileiras que estudaram.
"Existem traços fundamentais presentes em rostos que as pessoas empregam para avaliar a competência dos candidatos e quão honestos aparentam ser", disse Lenz. "Os resultados sugerem que essas avaliações fundamentais são bastante universais."
A inclusão de uma foto de cada candidato na cédula eleitoral é prática comum em muitos países. Lenz disse que o estudo mostra como a foto pode influenciar eleitores, sem que eles mesmos tenham consciência do fato.
Os pesquisadores também constataram que a aparência tende a exercer impacto maior nas eleições de governadores - em que os candidatos regularmente veiculam anúncios na televisão - que em eleições parlamentares.
"De modo geral, quanto mais informações os eleitores puderem dispor sobre os candidatos, melhor, e quanto mais informações desse tipo eles tiverem, menores serão as chances de basearem suas escolhas em fatores superficiais, como a aparência física", disse Lenz em entrevista.
Os outros autores do estudo são o professor do MIT Chappell Lawson, o pesquisador Michael Myers e o cientista político Andy Baker, da Universidade do Colorado.
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