Curitiba e Foz do Iguaçu - Os três senadores paranaenses não se licenciaram do Congresso para fazer campanha a seus candidatos à Presidência. Alvaro Dias (PSDB), Osmar Dias (PDT) e Flávio Arns (PSDB) participaram ontem de eventos em Curitiba e no interior do Paraná e disseram ser possível conciliar as duas atividades. A presença deles não era obrigatória ontem no Senado, por se tratar de uma sessão não deliberativa.
No Senado, somente a falta a sessões deliberativas ordinárias gera sanção. O senador deve comparecer a pelo menos um terço das sessões deliberativas ordinárias a cada ano, sob pena de perder o mandato. Não são contabilizadas faltas para o congressista de licença ou em missão autorizada.
Flávio Arns, que fez campanha para o presidenciável José Serra (PSDB) no Oeste do Paraná, disse ontem que os parlamentares têm o dever de auxiliar os eleitores a escolherem o melhor candidato. Para ele, a ausência nas comissões e no plenário não poderia ser considerada um entrave devido ao andamento dos trabalhos no Legislativo federal, mas um ato cívico tão importante quanto o próprio exercício do voto.
"Se nós queremos um Brasil honesto, transparente, correto e competente, temos que fazer tudo que estiver ao nosso alcance para que esse objetivo se concretize", disse Arns em Foz Iguaçu. "A discussão, inclusive dos parlamentares, junto aos eleitores é uma tarefa cívica, de patriotismo e de trabalho."
Sobre o risco de atraso na votação de requerimentos e projetos que estão trancando a pauta do Senado, o tucano desconversou, demonstrando ser favorável ao adiamento das sessões deliberativas durante o pleito. "Existem muitos assuntos que estão sendo discutidos. Qualquer votação, sem dúvida alguma, poderá ser objeto de análise no primeiro dia após as eleições."
"Atividades parlamentares"
Na quarta-feira, os trabalhos no Senado tiveram de ser cancelados por falta de quórum. Não havia o mínimo de 41 senadores exigidos pela legislação para as votações. Arns justificou as ausências alegando cumprir "atividades parlamentares". Questionado sobre a agenda de campanha no horário que deveria ser reservado ao expediente, ele afirmou que nos últimos dois dias esteve em Curitiba e região e nos municípios do Oeste "discutindo também as perspectivas do estado".
Para o senador Osmar Dias, candidato derrotado ao governo do Paraná, a função do congressista "não é só aparecer no plenário". Ele afirmou que tem participado das sessões no Senado: "Segunda-feira eu fui para o Senado, terça-feira e quarta-feira."
Ontem, Osmar participou da comitiva que acompanhou a presidenciável Dilma Rousseff (PT) em carreatas por Curitiba e pelos municípios de Pinhais e Piraquara, ambos na região metropolitana da capital. O senador disse que também atendeu prefeitos e representantes de cooperativas e de sindicatos.
Já Alvaro Dias, que é líder do PSDB no Senado, acompanhou ontem o candidato José Serra em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, e em Maringá, no Norte. "De resto estive presente no Senado sempre", afirmou. "Foi uma das minhas tarefas de campanha estar lá para dar entrevista e ser porta-voz da campanha lá. Fiquei muito em Brasília."
Alvaro justificou que ontem "não tinha trabalho efetivo" no Senado: "Hoje [ontem] não tinha nada para fazer lá, a não ser que fosse fazer algum discurso, mas não tinha reunião de comissão nem sessão deliberativa." O tucano disse que tem ido a debates e palestras em vários estados e que mesmo assim consegue conciliar as atividades de campanha com as do Senado. Para ele, o Senado tem mantido a pauta de votações em ordem, mesmo em época de eleição.