O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), disse nesta quinta-feira, em Curitiba, que a campanha em favor do candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) será, a partir de agora, "menos na rua e mais na cabeça das pessoas, na atitude delas, na reflexão".
"Muita gente já está convencida de que não dá para entregar o Brasil de novo ao que já está acontecendo de um lado e, de outro, a uma pessoa como Dilma (Dilma Rousseff, candidata do PT), que não passa segurança, não passa confiança", afirmou.
A tentativa de convencimento começou em um evento realizado na capital paranaense, durante o almoço, que reuniu, segundo os coordenadores, 9 mil pessoas no Restaurante Madalosso, no Bairro Santa Felicidade. "Quando vim aqui na primeira vez, para o lançamento da candidatura do Beto Richa (governador eleito do Paraná), havia muita gente, mas não tanto quanto hoje", disse Guerra. De acordo com Richa, que foi o anfitrião das lideranças e de dezenas de prefeitos, vereadores e militantes, o almoço marcava a "grande virada". "Esse clima de vitória está entusiasmando todo mundo", afirmou. Amanhã, Serra estará em campanha em Londrina.
Guerra demonstrou naturalidade ao analisar os números da pesquisa do Ibope (Dilma com 53% e Serra com 47% dos votos válidos) e da CNT/Sensus (Dilma com 52,3% e Serra com 47,7% dos votos válidos).
"Nossos levantamentos internos, desde o primeiro turno, sempre estiveram à frente das pesquisas, os resultados sempre foram melhores do que aqueles que as pesquisas mostravam" disse. "Estamos agora já em posição de empate técnico, caminhando para a liderança".
Propaganda
Segundo o presidente do PSDB, a propaganda na televisão já sofreu alterações para o segundo turno e foi considerada de "excelente nível". "Só não podemos nos deixar perturbar pela provocação que virá", destacou. Entre elas, Guerra citou a denúncia de que o ex-diretor da estatal paulista Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, teria desviado R$ 4 5 milhões da campanha. "O cara nunca passou pela campanha, nunca foi visto lá. Isso é uma mentira, boataria, que só revela preocupação com o resultado das urnas", falou.
Para o presidente do PSDB, a mudança na campanha de Dilma, que teria adotado um tom mais agressivo, reflete o que as pesquisas estão mostrando. "Quando alguém não vai bem, quando tem intenção de votos caindo, muda a orientação da campanha. Foi o que ela fez. Nada explica que ela tenha feito essa mudança", afirmou. "A imagem da nossa adversária foi arranhada e o Lula (presidente Luiz Inácio Lula da Silva) se escondeu, ninguém mais sabe onde ele está", acrescentou.
FHC
Guerra avalia que a estratégia petista, no entanto, está equivocada ao querer comparar os governos de Fernando Henrique Cardoso e de Lula. "Não adianta ficar brigando com o passado, brigando número com número, é conversa de quem não tem o que dizer", disse. "Correta é a nossa posição, pois nós botamos lá o presidente Itamar e ele começou um processo no Brasil rigorosamente importante. Depois o FHC fez a base para isso tudo. O Lula continuou algumas coisas corretas que estavam sendo feitas. E o Serra vai fazer muito mais", acrescentou.
No entanto, ele também partiu para o ataque em seu discurso. "Precisamos decidir entre um futuro para o Brasil ou a incompetência e o tumulto que representam o outro lado", afirmou Guerra. "Vamos unir quem quer um Brasil justo, equilibrado, sério, sem demagogia, sem desrespeito à lei, um Brasil com liberdade, que respeita quem produz e quem ajuda na produção, quem deseja produzir no Brasil e não lá fora", acrescentou.
Sem poder comparecer ao evento, Serra gravou um depoimento em que pediu um esforço de cada um pela sua eleição. Depois de ouvir discursos de Guerra, do presidente nacional do PPS, Roberto Freire, e do presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen, que pediram uma diferença de no mínimo um milhão de votos favorável a Serra no Paraná, Richa disse que assumia o desafio de ampliar para 1,5 milhão de votos. No primeiro turno, a diferença entre os dois principais candidatos à Presidência foi de 296.425 votos favoráveis a Serra. "O que parecia tsunami mostrou-se uma marolinha vermelha, que morreu na praia, agora tem a onda verde e amarela", disse Richa.
O presidente do PSDB afirmou ter recebido ontem um documento do PV, em que um dos pedidos para dar apoio a Serra é o compromisso de veto a algumas propostas do Código Florestal. "Recebemos o documento e está sendo examinado", disse. "Somos um partido grande, não posso resolver isso, o Serra não pode resolver isso, é uma questão programática e vamos nos reunir para tratar disso" acrescentou. Mas, segundo ele, a maioria do PV já vota em Serra. "No geral tem uma pequena divisão que pode impedir de tomar decisão, mas se tomar será conosco", disse.
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