A senadora Marina Silva (PV), terceira colocada nas eleições para a Presidência da República com quase 20 milhões de votos, disse nesta quarta-feira (6) que seu partido não vai negociar apoio a um dos candidatos que disputará o segundo turno em troca de cargos no novo governo.
"Vamos ter um processo transparente, democrático, baseado em programa e, em hipótese alguma, baseado na velha política da discussão em torno de cargos", disse, em entrevista coletiva em São Paulo. Marina afirmou ainda que o compromisso de quem receber seu apoio e o do partido não poderá ser algo apenas "declaratório", mas que deverá ser incorporado ao debate do segundo turno.
Ela aproveitou também para criticar as campanhas de Dilma e Serra. Disse que o segundo turno é uma "bênção" e uma "segunda chance" para se discutir propostas.
"Ainda não temos plano de governo por parte das candidaturas e obviamente que não se pode ser presidente da República sem um plano de governo." Em outro momento, afirmou que, no primeiro turno, "quem tinha tempo de televisão não tinha propostas e quem tinha propostas não tinha tempo de televisão".Derrota de Tasso e Virgílio
A senadora afirmou que há "fenômenos" ocorridos no primeiro turno que mostram o "amadurecimento da sociedade".
Ela apresentou como exemplos o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não ter conseguido, "mesmo com sua popularidade", fazer com que Dilma fosse eleita no primeiro turno e o fato de que a votação que ela, Marina, obteve, ter forçado a realização do segundo turno. Além disso, citou derrotas de lideranças tucanas nas eleições ao Senado.
"A não eleição do senador Tasso [Jereissati] e do senador Arthur Virgilio também sinaliza algo. As pessoas não querem mais saber, primeiro, da velha política. E as pessoas estão dizendo claramente que não é situação por situação, senão teria ganho a candidata do presidente que tem mais de 80%. E nem é oposição por oposição, senão teriam sido eleitos as principais referências do projeto que durante oito anos fez oposição por oposição."
Código Florestal
Marina evitou comentar a declaração de Serra dada na terça (5), quando afirmou o tucano ser um "ambientalista convicto". A senadora disse que não poderia fazer um julgamento do tucano, mas fez uma crítica indireta a ele e a Dilma.
"Durante a discussão sobre o Código Florestal, com o equivocado relatório do deputado Aldo Rebelo, eu instei os dois candidatos que se manifestassem sobre a questão do Código Florestal. Infelizmente, eles não se manifestaram naquela oportunidade."
Convenção do PV
O PV fará uma convenção no próximo dia 17 de outubro para definir a posição do partido. Os dois candidatos que disputarão o segundo turno Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) procuraram Marina e esperam o apoio da senadora.
Segundo Marina, nesta quinta (7), uma comissão política nacional do partido vai se reunir para definir propostas prioritárias do programa de governo que deverão ser incorporadas pelo candidato que receber o apoio do PV. Antes da convenção, as propostas serão apresentadas aos dois candidatos e divulgadas à sociedade.
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Deixe sua opinião