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A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos confirmou nesta segunda-feira (13) que mantém contratos com a empresa de transporte aéreo de carga Master Top Airlines (MTA), que, segundo reportagem da revista "Veja", teria fechado negócio com a estatal por intermédio de Israel Guerra, filho da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra.

Em nota, os Correios afirmam que os contratos com a MTA "resultam de processos licitatórios regulares e transparentes".

Os Correios informaram ainda que os contratos com a empresa aérea totalizam R$ 59,8 milhões. A revista havia afirmado que os contratos supostamente obtidos com a ajuda de Israel Guerra somavam R$ 84 milhões.

Na nota, os Correios informam ter contratos com outras seis empresas de transporte aéreo de carga e que todos passaram pelas regras de licitação ou pregão eletrônico, procedimento de licitação que dá vitória à empresa que oferecer o serviço pelo menor preço.

"A ECT reafirma sua determinação de manter a excelência dos serviços prestados, a transparência da sua gestão, o profissionalismo de sua diretoria e dos seus mais de 109 mil empregados, e que, a despeito de tentativas de desqualificá-la, continua merecendo o reconhecimento da população como uma das instituições mais confiáveis do Brasil", diz a estatal na nota.

De acordo com reportagem da revista "Veja", o filho de Erenice Guerra ter cobrado uma propina de 6% do empresário Fábio Baracat para intermediar a operação da MTA com os Correios. A publicação diz que o valor seria destinado a saldar "compromissos políticos".

Além da suposta propina, intitulada "taxa de sucesso", assessores da Casa Civil teriam exigido pagamentos mensais, diz o texto. A revista afirma que o contrato entre a empresa de transporte aéreo e os Correios totalizou R$ 84 milhões e que, com a intermediação, o filho da ministra obteve R$ 5 milhões.

Nesta tarde, o assessor da Secretaria-Executiva da Casa Civil, Vinícius de Oliveira Castro, pediu exoneração do cargo. Ele foi citado na reportagem da revista como participante de um suposto esquema para beneficiar empresas com contratos no governo. Vinícius declarou que "repudia todas as acusações".Investigação

Nesta segunda, a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, pediu que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República a instauração de procedimento para apurar sua conduta em relação às denúncias de envolvimento se seu filho com a suposta intermediação de contratos do governo com empresas privadas.

No pedido, Erenice diz estar disposta a abrir os seus sigilos bancário, telefônico e fiscal, se necessário, bem como os de seu filho Israel Guerra. "Coloco-me à inteira disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais que se façam necessários e que possibilite a verificação necessária por essa Comissão de Ética da conduta desta servidora pública", diz trecho do ofício.

A ministra informou ainda, por meio de nota, que vai processar a revista "Veja" pelo o que ela classificou de "calunias".

O advogado da Editora Abril, que publica a revista, Alexandre Fidalgo, disse que só vai se pronunciar sobre o caso quando a ação for ajuizada.

Neste domingo, a ministra se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, residência oficial, para conversar a respeito do caso, segundo fonte próxima ao presidente.

De acordo com o relato desse interlocutor de Lula, Erenice Guerra chorou e se disse indignada durante o encontro com o presidente. Lula teria aconselhado que ela tomasse providências rapidamente. Durante o encontro, nem Lula nem Erenice cogitaram a possibilidade de a ministra deixar o cargo.

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