Brasília - O PT e a TV Canção Nova, ligada à Igreja Católica, formalizaram ontem um acordo sobre o pedido do partido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para veicular direito de resposta de 15 minutos contra o sermão do padre José Augusto Souza Moreira. A defesa de Dilma considerou que as palavras do padre foram ofensivas e poderiam afetar a candidatura da petista. Ficou decidido que o partido poderá veicular um direito de resposta com 8 minutos de duração, na programação matinal da emissora. O acordo precisará ser confirmado pelo TSE e irá ao ar no dia seguinte à aprovação.
José Augusto afirmou na emissora que não poderia se calar "diante de um partido apoiando o aborto". "Podem me matar, podem me prender, podem fazer o que quiser. Não tenho advogado nenhum. Podem me processar e, se tiver de ser preso, serei. Mas eu não posso me calar diante de um partido que está apoiando o aborto, e a Igreja não aprova", afirmou. Segundo a representação do PT, ao dizer que poderia ser morto ou preso o padre fez uma "clara sugestão caluniosa de que o PT poderia praticar algum crime contra a sua integridade física". A TV Canção Nova respondeu que não houve "intenção ofensiva" nem do padre, nem da emissora.
CNBB
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) liberou os religiosos para participar da polêmica sobre o aborto. "Na sua diocese, o bispo tem o direito e o dever de orientar seus fiéis sobre temas da fé e da moral cristã", afirmou dom Dimas Lara Barbosa, secretário-geral da CNBB. "Eles são livres para fazer o que acharem que seja melhor."
Em entrevista na sede da instituição, dom Dimas ponderou que a CNBB não entrará no debate. A entidade divulgou nota assinada por sua cúpula para reafirmar que não indica candidatos e "lamentar" que os nomes da instituição e da Igreja Católica tenham sido usados e manipulados na campanha. Dom Dimas evitou comentários diretos sobre a atuação do padre José Augusto. O secretário-geral da CNBB, no entanto, disse que todos têm direito à liberdade de ação e pensamento.
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