O empresário Fábio Baracat, suspeito de envolvimento no suposto esquema de tráfico de influência na Casa Civil, depôs nesta quinta-feira (23) por cerca de sete horas na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Ele deixou o local sem falar com a imprensa. Após Baracat, a polícia ouve agoran o depoimento do coronel Eduardo Artur Rodrigues, ex-diretor dos Correios.
Segundo uma reportagem da revista "Veja", o empresário Fábio Baracat, apontado como dono da Via Net, participou de reuniões com a ministra Erenice Guerra intermediadas por Israel Guerra. A Capital, empresa que estaria intermediando as negociações, pertence a Saulo Guerra, outro filho de Erenice. A finalidade dos encontros, segundo a publicação, era fechar um contrato de prestação de serviços entre a empresa e os Correios no valor de R$ 84 milhões.
De acordo com a revista, na negociação, teria sido cobrada do empresário uma propina de 6% para o fechamento do contrato, intermediado pela empresa Capital, registrada em nome de outro filho de Erenice, Saulo Guerra.
A ex-ministra anunciou que iria processar a revista em razão das reportagens vinculando o nome dela com irregularidades. A Comissão de Ética da Presidência da República abriu processo para investigar a conduta de Erenice no caso.
Na entrada do depoimento, o advogado de Baracat, Douglas Teles, disse que a reunião de seu clinte com Erenice foi apenas "um encontro social". Teles afirmou ainda que no encontro não teria sido discutido "nada relacionado a contratos ou negócios com o governo".
O advogado afirmou ainda que Israel Guerra foi contratado apenas para fazer uma consultoria e não havia qualquer conotação política na relação dos dois. Teles deixou a Superintendência da PF junto com Baracat e também não deu entrevista.
O ex-diretor de operações dos Correios chegou por volta das 14 horas à Superintendência da PF e só foi chamado para depor às 17 horas. Eduardo Artur Rodrigues foi apontado em reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" como sendo ligado à empresa Master Top Linhas Aéreas (MTA), citada nas denúncias de tráfico de influência na Casa Civil.
Segundo o jornal, o ex-diretor seria representante de um empresário argentino, apontado como verdadeiro dono da empresa. Rodrigues nega as acusações. Em nota divulgada na semana passada, ele disse que as "mentiras eram facilmente desmentidas". Os Correios, também em nota, negaram irregularidades na contratação.
Erenice Guerra pediu demissão na semana passada depois que denúncias feitas pela revista "Veja" e pelo jornal "Folha de S.Paulo" apontaram supostos casos de tráfico de influência praticados por seu filho dentro da Casa Civil.
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