Apesar de ter qualificado o tucano José Serra de "aético e candidato já derrotado" à Presidência dois dias antes de deixar a Casa Civil, a ex-ministra Erenice Guerra alegou na defesa que apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) jamais ter tido a intenção de atingir a honra do presidenciável do PSDB.
Serra abriu processo contra Erenice, solicitando que seja multada, porque a ex-ministra atribuiu ao tucano a fonte das notícias sobre a montagem de um esquema de tráfico de influência na Casa Civil por parte de Israel Guerra, de quem é mãe, e cobrança de propina de empresários. A nota foi divulgada no dia 16 do mês passado, no blog oficial do Governo, o Blog do Planalto, com os ataques a Serra. Dois dias depois, com o aumento das denúncias e das suspeitas que pesavam sobre ela, Erenice foi demitida da Casa Civil.
Os advogados da ex-ministra, Sebastião Tojal, Sérgio Renault e Jorge Henrique de Souza, afirmam que eventuais expressões mais firmes ou contundentes utilizadas por Erenice devem ser compreendidas no bojo do momento histórico e político em que se inserem. Eles alegaram que ela tinha sido "execrada, indiciada e já condenada por toda a imprensa brasileira".
Neste cenário, disseram, "nem o mais pusilânime dos seres não reagiria de forma de forma firme contra as inverdades e injustiças a que estava sendo exposto, notadamente quando tem uma história de vida dedicada ao serviço público". Eles tornaram a insistir que Erenice nunca teve por objetivo "imputar ao candidato (Serra) a responsabilidade pelas inverdades lançadas nos meios de comunicação".
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