Exame grafotécnico realizado pela Polícia Federal constatou "elementos de convergência, mas insuficientes para conclusão categórica" de que as assinaturas lançadas nas procurações forjadas em nome de Verônica Serra e Alexandre Bourgeois, filha e genro do presidenciável do PSDB, José Serra, partiram do punho do contador Antônio Carlos Atella Ferreira.
Indiciado pelos crimes de uso de documento falso e quebra de sigilo, Atella fez uso das falsas procurações para protocolar e retirar na delegacia da Receita em Santo André cópias das declarações de renda de Verônica e Alexandre, em 29 de setembro do ano passado. A violação de sigilo da filha e do genro de Serra foi o episódio mais agudo do escândalo que abalou a Receita.
Laudo
O laudo é assinado pelo perito João Paulo Moracci. A conclusão dele é baseada na comparação das falsas assinaturas da filha e do genro de Serra nas procurações com o material gráfico fornecido por Atella no dia em que prestou seu primeiro depoimento à PF. O delegado Hugo Uruguai Bentes Lobato, que preside o inquérito sobre a as quebras de sigilo em série na Receita, intimou o contador a prestar novo depoimento terça-feira.
Mentor
Na semana passada, a PF conseguiu estabelecer como e por quem o sigilo fiscal da filha e do genro de Serra foi violado. A busca agora é pelo mandante. A servidora do Serpro Adeildda Leão dos Santos confessou ter feito os acessos não autorizados. Disse que recebeu a "encomenda" do office boy Fernando Araújo Lopes.
Ouvida pela PF, a mulher dele contou que foi incumbida pelo marido de ir a Mauá em 8 de outubro do ano passado para buscar com Adeildda um envelope. A tarefa final era entregar a encomenda para Atella em um bar no centro de São Paulo.
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