O chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, minimizou a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta, que apontou a queda nas intenções de voto da candidata do PT, Dilma Rousseff, e a redução da diferença de pontos entre ela e os demais postulantes. Ele acrescentou que o crescimento de Marina Silva (PV) nas pesquisas não tem potencial para levar a disputa presidencial ao segundo turno.

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Segundo Carvalho, que é braço direito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não há tempo hábil para que o surgimento de uma "onda verde" em todo o País impeça a definição da eleição no primeiro turno. "Se esse movimento tivesse começado há um mês, talvez isso (segundo turno) fosse possível", afirmou. Mas a nove dias do pleito, ele descarta a possibilidade.

Os institutos de pesquisa indicam o crescimento de Marina nos últimos dias. O Datafolha a apontou com 13% das intenções de votos. O levantamento Vox Populi/Band, divulgado ontem, mostrou que ela cresceu dois pontos percentuais para 10%. Ela estaria se beneficiando de uma parcela dos indecisos, que começam a definir o candidato, e dos decepcionados com as recentes denúncias de corrupção contra Erenice Guerra, ex-chefe da Casa Civil e principal auxiliar de Dilma no governo.

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Para Carvalho, é preciso analisar com lupa a pesquisa Datafolha, em que a vantagem de Dilma sobre os outros candidatos caiu de 12 para sete pontos. "As oscilações ocorreram dentro da margem de erro", sustenta. Ele também cita a última pesquisa Vox Populi/Band, divulgada ontem, que mantém os mesmos percentuais de intenção de votos para Dilma, apesar dos últimos escândalos. Ela mantém 51% da preferência do eleitorado, enquanto José Serra (PSDB) segue com 24%.

O petista argumenta que a intenção de votos em Dilma cristalizou-se no patamar médio de 50% e que o partido não receia a diluição desse número. Segundo ele, tratam-se de votos consolidados porque partem do eleitorado que se beneficiou com as conquistas sociais e econômicas proporcionadas pelo governo Lula. Ele acrescenta que esse eleitor não deseja mudanças que ofereçam riscos a esses benefícios.

Gilberto Carvalho fez essas declarações ontem à noite, na saída do debate entre presidenciáveis promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Ligado à Pastoral Operária nos anos 80, ele é o principal interlocutor do PT junto à Igreja Católica.